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    20 personagens que detestam trabalhar

    "Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar."

    Já dizia Don Ramón (Valdés), nosso querido Seu Madruga da série Chaves: "Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar." Filosoficamente, o pensamento é bem mais complexo do que parece, pois reflete algo compartilhado por todos: fazer o que não se quer, o que não se gosta, somente pelo salário ao fim do mês, não é nada prazeroso. Porém, na boca de um ilustre vagabundo, não passa de desculpa para praticar sem culpa a nobre arte do ócio. Ou apenas cultivar sua aversão ao trabalho. E vice-versa.

    Não são poucos os personagens da televisão e do cinema que têm um caso sério com esse negócio de não fazer nada. Entre os que declaram isso abertamente e outros que se expressam por sua total predileção por coisas banais ou pura preguiça, relembre 20 (vinte!!!) deles que detestam trabalhar.

    Seu Madruga, de Chaves

    Hors-concours dessa nobre lista, Seu Madruga (Ramón Valdés) até que já fez de tudo um pouco: carpinteiro e sapateiro, treinador e fotógrafo, vendedor de churros e "velho do saco", dentre outros. Nunca um emprego fixo, porém. Um bico aqui, outro acolá, só o suficiente para viver e manter suas dívidas dentro da normalidade de "apenas" 14 meses de aluguel.

    The Dude, de O Grande Lebowski

    Provavelmente o maior símbolo de ócio dessa lista, e por sua total falta de inaptidão, por todo seu deslocamento desse mundo. "O Cara" de O Grande Lebowski é um hippie perdido no tempo, que vive os primeiros anos da década de 90 ouvindo seu walkman, fumando maconha, bebendo leite, viajando no ácido ou jogando boliche. Trabalhando que é bom, nada!

    Wooderson, de Jovens, Loucos e Rebeldes

    No cinema, fumar maconha é quase um sinônimo de vagabundagem. Wooderson, o doidão de Jovens, Loucos e Rebeldes, é um exemplo que usa a viagem da cannabis para não ver o tempo passar, assim como sua trajetória pela faculdade. De sua noção do tempo, aliás, nasce uma verdadeira pérola: "Isso é o que eu amo nas garotas de faculdade, cara. Eu envelheço e elas continuam com a mesma idade", diz o doidão.

    John Blutarsky, de O Clube dos Cafajestes

    Se Wooderson pensa assim, muito se deve ao Bluto (John Belushi) do clássico O Clube dos Cafajestes, de John Landis. Ele foi um modelo do típico veterano de faculdade degenerado, desagradável, que passa os dias mais preocupado com as festas e a cachaça do que em ir às aulas. Há quem pense que sua inspiração em gente real se tornaria influência. Inquestionável é: quem nunca teve um amigo assim?!

    Agostinho Carrara, de A Grande Família

    Existe uma categoria muito particular que contempla aqueles personagens que trabalham não porque querem, ou gostam, mas porque precisam, e resumem sua vida a encontrar o caminho sem volta do ócio. Um exemplo desses é o campeão aí em cima, muito conhecido do público brasileiro: Agostinho Carrara (Pedro Cardoso), personagem mais maravilhoso de A Grande Família, quiçá da televisão brasileira, que vive fazendo trambiques para, um dia, nunca mais precisar sair pra labuta.

    Jay e Silent Joe, de Barrados no Shopping

    O cineasta Kevin Smith adora personagens que detestam trabalhar, vide Randal (Jeff Anderson) de O Balconista. Mas ele pelo menos trabalha. Jay (Jason Mewes) e o Silent Joe interpretado pelo próprio Smith, nem isso. Passam o dia inteiro dançando em frente a um muro, chapados, viajando, ou fazendo altos nadas. E se fazem, é merda!

    Cheech & Chong, de Queimando Tudo

    Hippies clássicos, Cheech (Marin) e (Tommy) Chong são a síntese de um tempo e do que a maconha pode fazer com um homem feito: rir horas a fio de piadas imbecis. Em outras palavras, é quase uma apologia a um estilo de vida mucho loco. E o melhor de tudo é que essa premissa simples é suficiente para fazer de Queimando Tudo uma das melhores comédias já feitas, e a dupla, um verdadeiro ícone.

    Benjamin, de A Primeira Noite de um Homem

    A faculdade foi tão desgastante e privativa de vida social que quando Benjamin (Dustin Hoffman) retorna para casa, ele só quer saber de pegar uma piscina à tarde e a mulher do sócio de seu pai — e futura sogra! — à noite no inesquecível A Primeira Noite de um Homem. Que fase!

    George Costanza, de Seinfeld

    Ambiciosamente vendida como uma série sobre o nada, Seinfeld é uma série sobre tudo de mais banal e sem sentido nessa vida, e brilhante justamente por isso. Seus personagens habitam a fronteira entre a trivialidade e o absurdo, e um desses casos é George Costanza (Jason Alexander), um homem comum que vive com os pais, detesta isso, mas não faz nada para mudar de status. Prova disso? Ele finge ser arquiteto em vez de sê-lo de verdade, ou ao menos tentar. Quando arruma um emprego, monta uma cama embaixo da mesa. Um homem desse pode gostar de trabalho? Claro que não!

    Ben, de Ligeiramente Grávidos

    O protótipo do maconheiro preguiçoso que mora com amigos igualmente maconheiros e preguiçosos, o Ben Stone (Seth Rogen) de Ligeiramente Grávidos segue uma jornada também típica: a de tomar tenência, rumo na vida, diante de uma ocorrência inesperada. No caso, a transa de uma noite transformada em paternidade. Para sua sorte, a mãe é bem mais responsável e ninguém menos que Katherine Heigl. Ainda assim, o jeito é tomar jeito, e não é fácil.

    Sydney, de Eu Te Amo, Cara

    Não é à toa que ele está sentado em sua poltrona reclinável com um copo de cerveja na mão no pôster de Eu Te Amo, Cara: Sydney (Jason Segel) tem um legítimo "espaço do campeão" em seu porão, onde ele pode ver futebol, jogar videogame e tocar guitarra sem a interrupção da esposa — muito embora nem a isso ele se dê ao trabalho. É uma surpresa quando, ao fim desse adorável bromance, descobrimos que ele não só vive do próprio esforço (ou "esforço"), como é muito bem-sucedido. Mas a imagem de bon vivant segue intacta.

    Ed, de Todo Mundo Quase Morto

    Veja bem essa imagem de Todo Mundo Quase Morto. É meio do dia, meio do expediente. Shaun (Simon Pegg) saiu do trabalho para morcegar um pouco. Ed (Nick Frost) só faz isso da vida: nada! No caso, nada além de comer (de preferência um Cornetto) e jogar videogame no sofá. A preguiça é tanta que Ed não consegue se manifestar nem diante de um apocalipse zumbi. Volte à imagem e repare nas expressões de um e de outro. Ed é mais que ocioso. Ed é um homem morto por dentro.

    Mookie, de Faça a Coisa Certa

    Pioneiro da hora de almoço com duas horas de duração, Mookie trabalha apenas o suficiente para passar um tempo em casa. E que assim se comporta como uma forma preguiçosa de rebeldia e até mesmo ativismo racial. Em suma, um personagem tão ordinário e maravilhoso que foi interpretado pelo próprio autor da obra-prima Faça a Coisa Certa, Spike Lee.

    Al Bundy, de Married... with children

    Se você curte um humor sem amarras, essa série é pra você! Married... with children é o cúmulo do politicamente incorreto, sem pena de retratar seus personagens como estereótipos ofensivos, e tem como protagonista um homem amargo com a vida que levou após uma juventude promissora como atleta universitário. Embora despeje mau humor contra a própria família e o resto do mundo, a maior revolta de Al Bundy (Ed O'Neill) é consigo mesmo, em ser um mero e fracassado vendedor de sapatos.

    Bil & Ted, de Uma Aventura Fantástica

    Eles são apenas dois garotões, é verdade, mas isso não os furta de ser mais dedicados com seus compromissos. Pois Bill (Alex Winter) e Ted (Keanu Reeves) são tão relapsos que não se dedicam tanto à escola, como à prática e ao aprendizado de seu hobby predileto, que é tocar guitarra.

    Willie, de Papai Noel às Avessas

    É até injusto dizer apenas que Willie T. Stokes (Billy Bob Thornton) detesta o trabalho. É o caso, sim, ou ele se dedicaria minimamente ao plano de se vestir de papai noel apenas para aplicar um golpe. Mas, como seu comportamento autodestrutivo e seu ódio até por crianças evidencia, ele detesta é a vida como um todo. Papai Noel às Avessas é misantropia na veia!

    Floyd, de Amor à Queima Roupa

    Segundo Brad Pitt, seu personagem no filme Amor à Queima Roupa, dirigido por Tony Scott e escrito por Quentin Tarantino (que dupla!), não é muito diferente dele mesmo na juventude. E o que isso significa? Uma vida restrita a sofá, TV, Doritos e maconha em um bong improvisado no ursinho de plástico.

    Wayne e Garth, de Quanto Mais Idiota Melhor

    Como o título brasileiro explicita, Quanto Mais Idiota Melhor é uma radicalização dos slackers e de um comportamento geral de (não tão) jovens adultos que vivem na casa dos pais ouvindo música e dedicados a futilidades despreocupados com o futuro. Com o programa local "O Mundo de Wayne", gravado no porão e baseado em coisas estúpidas como mulheres gostosas, cortes de cabelo ridículos e um culto demente ao heavy metal, Wayne (Mike Meyers) e Garth (Dana Carvey) têm a chance de alcançar a independência com esse estilo de vida utópico.

    Earl, de My Name Is Earl

    Se ainda não percebeu, essa lista também serve a dar boas dicas ao leitor. My Name Is Earl é uma série um tanto esquecida, mas muito divertida sobre um vagabundo que tira a sorte grande e ganha na loteria. Ao ser atropelado e perder o bilhete vencedor, Earl (Jason Lee) chega à conclusão de que vive um karma e dedica sua vida a reparar todo o mal que causou pedindo desculpas às pessoas que já machucou.

    Elizabeth Halsey, de Professora Sem Classe

    Por fim, a única mulher da lista. Mas não menos merecedora desse espaço. Como nenhum outro, a Elizabeth Halsey (Cameron Diaz) de Professora Sem Classe detesta tanto o trabalho que não poupa ninguém de seu péssimo comportamento profissional. Sobra até para os bons alunos.

    Bônus: a raça humana em Wall-E

    E tá errado?! É bem isso mesmo: na pungente e pós-apocalíptica animação Wall-E, da Pixar, o futuro da raça humana é a operação de todas as coisas de maneira remota, isolada, e a formação de pessoas totalmente sedentárias, além de solitárias. O horror! O horror!

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