É sempre difícil dar uma nota para um documentário sobre um assassino. Afinal, a nota não é para o crime ou o criminoso, mas para a produção. Ainda assim é complicado. A série documental "O Estripador" da Netflix foi bem produzido, com uma narrativa que prende a atenção. A busca da polícia britânica por Peter Sutcliffe e o desenvolvimento da investigação são interessantes, principalmente, porque na década de 1970 não havia a tecnologia de hoje, a comunicação era feita por cartas ou telefones, não havia tecnologia de análise de DNA. Enfim, tudo era muito mais difícil e ainda assim eles conseguiram chegar no assassino. Óbvio que houve muitas falhas, visto que eles tinham retrato falado, letra, voz o próprio Peter Sutcliffe foi entrevistado pela polícia 9 vezes, sem que a polícia o identificasse... Além das campanhas de "Se você for mulher, não saia a noite sozinha", "Não saia sozinha", "Tenha um homem por perto", que só diminuiam ainda mais as mulheres e colocavam os homens numa posição de segurança e superioridade. Mas entre acertos e muitos erros, ele enfim foi preso e condenado a perpétua.
Por ironia do destino, Peter Sutcliffe morreu de covid-19 no ano de 2020, mesmo ano em que esse documentário foi ao ar pela primeira vez.