Pacificador
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3,3
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Gabriel Kall
Gabriel Kall

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2,5
Enviada em 10 de outubro de 2025
Pacificador – Temporada 2, na minha opinião, sofre do mesmo problema de Comando das Criaturas, só que de forma ainda mais acentuada. Não estou dizendo que a série seja ruim, mas ela oscila de maneira absurda entre vários momentos “tanto faz” e outros poucos que são extremamente emocionantes e brilhantemente roteirizados. No entanto, ela termina deixando aquela sensação de que não levou a “nada”, parecendo mais um enorme episódio de meio de temporada. E, pensando bem, é exatamente isso — já que se trata de uma continuação direta de Superman, utilizando um recurso narrativo que, com certeza, vai ser explorado como o plot principal em Superman 2.
NerdCall
NerdCall

41 seguidores 397 críticas Seguir usuário

3,0
Enviada em 20 de novembro de 2025
A segunda temporada de Pacificador chega a um momento curioso da DC. Quando a série estreou em 2022, James Gunn ainda dava seus primeiros passos dentro do estúdio, trazendo um novo tom para o universo com O Esquadrão Suicida. De lá para cá, o cenário mudou quase por completo: uma direção renovada com Gunn e Peter Safran, novos projetos sendo anunciados, a estreia de um novo Superman e até o lançamento da animação Comando das Criaturas. Em meio a tantas transformações, a nova temporada de Pacificador surge como uma continuação que carrega resquícios de uma fase anterior, mas também tenta abrir caminho para o futuro do DCU.

O que se percebe de imediato é que a série está mais íntima e emocional. O próprio Gunn destacou que esta seria uma temporada mais centrada em Christopher Smith do que no Pacificador, e isso é verdade do começo ao fim. A narrativa se volta para os traumas do personagem, a morte do pai, o peso pela morte do irmão na infância, a falta de reconhecimento por ter salvado o mundo e a busca contínua por um senso de pertencimento dentro do grupo e do mundo. Essa abordagem muda o tom da série e pode surpreender quem espera a explosão de humor e caos da primeira temporada.

Ainda assim, a escolha de Gunn tem valor. Ele tenta equilibrar humor e drama, trazendo o absurdo que marcou a série, mas agora com mais contenção. O problema é que a temporada muitas vezes parece existir porque precisava existir. Há uma sensação de que Gunn, agora responsável por toda a reconstrução do universo da DC, estava mais focado em organizar esse novo terreno do que em contar uma história que realmente desejava desenvolver neste momento. Assim, Pacificador se torna, em vários momentos, menos uma continuação orgânica e mais uma peça necessária para alinhar o pós-Superman.

A temporada se divide entre a realidade principal e uma realidade alternativa, onde Chris reencontra seu pai e seu irmão vivos. É nesse núcleo paralelo que surgem os melhores momentos da série. A relação familiar e o confronto de Chris com suas dores mais profundas criam cenas emocionais e divertidas, que revelam o que a temporada poderia ter sido caso esse fosse seu verdadeiro centro. Gunn acerta ao explorar o impacto psicológico dessas reencontros e ao permitir que o personagem viva, ainda que temporariamente, a vida que sempre quis e isso dá força dramática à história.

O problema é que essa linha emocional convive com outra que não alcança a mesma profundidade: o relacionamento romântico entre Smith e Harcourt. O que na primeira temporada era apenas um interesse por parte de Smith, aqui, é o motor emocional da narrativa. Mas essa relação não se desenvolve de forma convincente. Ela move os personagens, influencia decisões importantes, mas não é sentida pelo público. Funciona mais como engrenagem do roteiro do que como vínculo real. Enquanto isso, a jornada familiar de Chris na outra realidade é tão bem trabalhada que acaba eclipsando o restante.

A sensação geral é que a temporada está sempre dividida entre contar a história pessoal de Chris e cumprir obrigações para preparar o terreno para o novo DCU. Esse vai-e-vem de focos deixa a narrativa fragmentada. A série quer mergulhar nos traumas do personagem, mas também precisa introduzir conceitos que só terão resultado no futuro, como o multiverso, aparições pontuais de personagens relacionados ao novo Superman e ligações com organizações que serão importantes mais adiante. Em diversos momentos, essas amarras enfraquecem o impacto dramático da temporada.

Ainda assim, Pacificador continua entregando humor, ação e um protagonista que funciona muito bem. A violência estilizada está de volta, com boas cenas de confronto. O elenco de apoio, desta vez, recebe mais espaço, e isso rende ótimos momentos. Danielle Brooks, Freddie Stroma e Steve Agee são os grandes destaques da temporada. O sexto episódio traz um plot twist bem construído, dando uma virada interessante à trama e mostrando que Gunn ainda sabe surpreender.

Por outro lado, o final da temporada assume um tom anticlimático. Não porque falta emoção, mas porque a narrativa opta por encerrar arcos enquanto coloca o personagem em um estado de espera, como se estivesse sendo guardado para outra ocasião. Isso combina com as declarações de Gunn de que uma terceira temporada é improvável, reforçando a ideia de que este segundo ano cumpre a função de posicionar o Pacificador dentro do novo universo, e não necessariamente de expandir sua própria história.

No fim, a segunda temporada de Pacificador é um reflexo do momento de transição da DC. Existe aqui uma série que tinha potencial para ser ainda mais profunda e ousada caso tivesse sido feita no contexto de 2022, antes da reestruturação. Ao mesmo tempo, há escolhas narrativas interessantes, especialmente no arco familiar, que demonstram maturidade e sensibilidade. O humor permanece, embora mais dosado, e a ação continua eficiente.

Contudo, a temporada perde força ao assumir muitas obrigações narrativas, sacrificando o desenvolvimento pleno do protagonista. A mudança de tom funciona quando lida com traumas, mas enfraquece quando depende de relações que não se consolidam. O resultado é uma temporada que acerta no que é pessoal, mas tropeça no que é programático. Uma obra que tenta ser sequência e ponte ao mesmo tempo e que, por isso, não alcança o impacto que poderia, ainda que entregue momentos sólidos e emocionantes ao longo do caminho.