Com apenas 33 anos, Naya Rivera deixou um grande legado, principalmente para as minorias. O seu papel como Santana Lopez em Glee foi um marco na televisão, e ajudou milhares a não se sentirem sozinhos por conta de suas orientações sexuais.
Na época, a representatividade LGBTQI+ ainda era um tabu nas séries mainstream. Mesmo assim, Naya foi corajosa, e abraçou a personagem em todos as suas nuances. Como resultado, muitas meninas lésbicas passaram a se sentir parte de uma comunidade, já que estavam sendo retratadas em uma grande produção.
O que Santana Lopez representava
Em Glee, Santana se apaixonava por Brittany, sua melhor amiga, que na época foi interpretada por Heather Morris. A confusão de sentimentos simulados pela atriz era um retrato do que muitos passavam na adolescência. De forma autêntica, sua personagem capturava aquele momento da vida em que não sabemos o que acontece conosco. Não sabemos diferenciar se o que sentimos é amor ou amizade, e nem se há algo de errado acontecendo.
E claro, não há nada anormal em ser quem somos. Mas descobrir isso em uma sociedade repressora é difícil para a maioria de nós. E neste aspecto, o seriado musical acabou sendo um norte para as pessoas.
Repercussão de Glee e Naya Rivera até hoje
Desde a notícia do falecimento de Naya, muitas jovens vêm dando entrevistas à rádio BBC para explicar o impacto que a atriz teve em suas vidas. “Quando eu tinha 12 ou 13 anos, eu me sentia aterrorizada em ser quem eu sou”, afirmou uma ouvinte bissexual.
“Glee me ensinou que o que eu estava sentindo era verdadeiro e especial. Não era algo que eu deveria me envergonhar, ou me sentir desconfortável”, continuou a entrevistada. Para ela, a performance de Naya como uma líder de torcida LGBTQ foi um sopro de ar fresco, e a ajudou a lidar com as questões de sua sexualidade.
Casos como esse estão sendo amplamente levantados. E essa é a importância da representatividade. Não apenas ela traz o sentimento de pertencimento às minorias, como também exerce um papel motivacional, que pode salvar vidas.
Naya Rivera tinha orgulho em representar a comunidade
Naya já falou abertamente sobre não ser parte da comunidade LGBT. Porém, ela afirmou que interpretou uma personagem lésbica com orgulho. Atualmente, os estúdios devem contratar pessoas com lugar de fala para atuar em papéis de minorias. Contudo, em uma época onde isso não acontecia, a atriz foi extremamente empática.
O papel de Naya não era perfeito
Georgia Walters, fã de Glee, também concedeu entrevistas para a rádio britânica. E um de seus pontos era que a personagem não era perfeita. E isso era libertador. “As representações de minorias são tão escassas no entretenimento, que precisam ser perfeitas. Mas ninguém é perfeito”, afirmou.
Para ela, ter uma personagem lésbica com defeitos era uma forma de dizer às pessoas que todos nós somos iguais. “Todos nós podemos simplesmente existir”, explicou.
Um usuário no Twitter também viralizou nas redes sociais ao compartilhar a sua experiência com um diálogo específico de Naya, onde a atriz assumia a sexualidade para um de seus parentes. Confira:
“Essa foi a cena que mudou a minha vida. Naya a interpretou de forma tão genuína. Eu assistia essa sequência repetidamente quando ainda não havia me assumido, porque fazia eu me sentir menos sozinha. Eu sabia que se me assumisse, sería expulsa de casa. Obrigada Naya, eu te amo”, escreveu.
Perder alguém com uma alma tão corajosa, e a frente de seu tempo, é uma grande tristeza. Contudo, o legado da atriz irá viver para sempre. As vidas que ela tocou nunca deixarão de existir. E por isso, Naya é um exemplo de que a arte pode ser uma plataforma de reflexão, e até mesmo cura emocional. Obrigado por tudo, Naya.
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