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    Normal People: Diretor e produtores falam sobre processo de adaptar um relacionamento transformador para a TV (Entrevista)

    A série de drama romântico estreia em 16 de julho no STARZPLAY.

    Baseada no romance homônimo da irlandesa Sally Rooney, a aguardada série Normal People chega ao serviço de streaming STARZPLAY esta semana, dia 16 de julho. A trama acompanha as vidas dos protagonistas Marianne (Daisy Edgar-Jones) e Connell (Paul Mescal) e a intensa história de amor que surge entre eles.

    Ao longo de 12 episódios, Normal People retrata as alegrias e as dores de um relacionamento realmente transformador com toda a sensibilidade e cuidado. Com idas e vindas que vão do colégio à faculdade, de problemas familiares a escolhas profissionais, Marianne e Connell amadurecem e passam a se conhecer melhor graças às experiências que dividem.

    A produção tem direção de Lenny AbrahamsonHettie Macdonald e produção-executiva de Ed Guiney, Emma Norton, Rooney e Abrahamson. Para o lançamento da série, o AdoroCinema participou de uma coletiva de imprensa online internacional e conversou com Guiney, Norton e Abrahamson sobre o processo de adaptação da série, assim como a escolha em seguir o formato televisivo e os principais elementos do livro que tinham de estar presentes na trama.

    PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DO LIVRO E DESAFIOS

    Ed Guiney conta que o canal BBC fez algo muito corajoso para obter os direitos do livro de Sally Rooney. "Eles basicamente deram atenção ao programa com base no interesse de Lenny [diretor] pelo livro, o que significava que poderíamos voltar para Sally e dizer: 'Veja, se você nos der o livro e pudermos acertar o ponto dele, então prometemos que será feito com a direção de Lenny'. Sally é uma grande fã de Lenny. Então, isso foi de um grande apelo para ela - mas também desencadeou uma atmosfera brilhante para nós, pois sabíamos exatamente o que estávamos conquistando", diz Guiney.

    Para Emma Norton, uma das produtoras-executivas de Normal People, o elemento libertador para a criação da série foi o fato de que a recepção do livro ainda estava por vir em escala mundial. "Embora a reputação de Sally como nova romancista estivesse bem estabelecida, não trabalhamos com pressão naquele período", relembra. "Mas, à medida que avançávamos, pensávamos: 'Nossa, as pessoas estão realmente interessadas pela história'. Mas isso também significava que tínhamos a liberdade criativa de adaptá-la da maneira que pensávamos ser a certa. E, com a contribuição de Sally, senti que o projeto teria integridade", afirma Norton.

    Normal People está chegando ao Brasil e te contamos no Sexta Série por que você deveria assistir

    "Sobre os desafios de se adaptar, muito do conteúdo veio com facilidade porque tínhamos Sally e Alice Bert - uma escritora incrível e emocionalmente inteligente. Provavelmente as fases mais difíceis de adaptar foram as partes do livro nas quais Marianne e Connell não estão juntos ou não estão conversando. Assim que esses dois personagens começam a conversar, você recebe um tipo de energia e intimidade. Já quando estão separados e presos em suas próprias emoções, isso também tinha de aparecer na tela. Passamos muito tempo conversando sobre o que os personagens estavam sentindo, o que estavam pensando, o que isso significava quando ela ou ele faziam algo. 'O que quis dizer quando ele fez isso? O que isso significa?'. Fizemos muitas análises e um trabalho realmente detalhado dos personagens", explica Norton.

    OS PRINCIPAIS DIFERENCIAIS DA HISTÓRIA

    Para o diretor Lenny Abrahamson, que dividiu a tarefa com Hettie Macdonald, a qualidade da escrita de Rooney é o principal atrativo de Normal People. A jornada de Marianne e Connell fez com que ele sentisse muita vontade em mostrar ao público como é possível ter um relacionamento positivo e transformador com outra pessoa. "Isso não é algo que você vê frequentemente de uma maneira não-sentimental. Senti que haveria profundidade e uma espécie de utilidade em mostrar este relacionamento. Achei bastante atraente o desafio de trabalhar algo tão íntimo e particular e colocá-lo na tela," diz.

    "Sally possui essa capacidade de escrever algo muito profundo de uma maneira aparentemente muito simples. Ela descreve as coisas de maneira direta. Sua linguagem é direta e, no entanto, existe uma aparente compreensão sobre como é experimentar e vivenciar sentimentos profundos pela primeira vez," continua Abrahamson.

    O diretor também afirma que a decisão em adaptar Normal People para a TV e não para o cinema não foi algo complicado. "O livro é episódico nas diferentes fases abordadas, cheias de detalhes e nuances. Então, naturalmente dividimos em episódios. Mas é algo discreto, não existe um drama central maciço. Parecia que havia tempo para explorar detalhes reais - e as fases do relacionamento seriam mais parecidas com isso. Também fomos atraídos pela ideia de episódios curtos, porque isso nos permitia aliviar a pressão entre um e outro. Assim, nos concentramos no tipo de humor e nas mudanças que ocorrem neste relacionamento com tantas fases distintas", explica Abrahamson.

    Em uma das perguntas feitas pelo AdoroCinema, sobre o tom da série ser mais realista do que vemos em outras produções para jovens, Guiney falou sobre a originalidade da produção. "Esse é o verdadeiro poder do livro: Sally oferece uma experiência íntima desses dois personagens e eles quase deixam de ser personagens fictícios, tornando-se personagens do mundo. Lenny traz a mesma habilidade que um cineasta. De certa forma, ele meio que remove a tela entre o público e os personagens. Então, você tem um relacionamento intenso com Connell e Marianne. Pelo menos, essa é a minha experiência", reflete.

    Normal People estreia no STARZPLAY em 16 de julho.

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