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    Prison Break está de volta. Precisava? (Primeiras Impressões)

    Michael Scofield, Lincoln Burrows, Sara Tancredi e companhia voltam repletos de nostalgia.

    Muita coisa mudou na televisão desde o fim da quarta temporada de Prison Break, em 2009. A Netflix entrou no mercado de vez, inaugurou-se a era do Peak TV, Breaking Bad começou, terminou, e se consolidou como um dos pilares da Terceira Era de Ouro. Não havia Game of Thrones, ou The Walking Dead. O cenário era outro. E tendo em vista todas essas transformações, Prison Break aposta na sua maior arma no episódio de retorno: a boa e velha nostalgia.

    Em resumo, boa parte do episódio transmite a sensação de que estamos de volta a 2005. “Ogygia” usa os mesmos tons pastéis na ambientação e no figurino, e por isso a associação às temporadas originais é imediata. De uma certa forma, o episódio não perde muito tempo com reapresentações, mergulhando direto na ação e no encontro dos personagens. Isso é definitivamente um ponto a favor, pois deixa claro que as vidas de todos eles continuaram nesses oito anos de intervalo; Lincoln Burrows (Dominic Purcell) está mais uma vez sob ameaças, endividado e cheio de problemas. Sara Tancredi (Sarah Wayne Callies) está casada novamente, e o pequeno Mike Jr. já tem seis anos. C-Note (Rockmond Dunbar), Sucre (Amaury Nolasco) e T-Bag (Robert Knepper) também estão de volta, embora este último não seja nada diferente do que foi em todas as temporadas anteriores.

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    Se por um lado esse clima nostálgico faz bem para as almas saudosistas (e faz!), por outro deixa transparecer uma falha. Parece haver uma grande dificuldade, ao menos neste primeiro episódio, de inserir Prison Break nos dias atuais. O ritmo e as decisões da narrativa evidenciam uma história presa no tempo. Não há novidade alguma na condução da história, e muitas cenas soam extremamente preguiçosas, como as perseguições a Lincoln (três em um único episódio de 40min. Sério?) e a invasão à casa de Sara. Se era necessário, então fica claro que não há história o suficiente para preencher os nove episódios. Se foram escolhas pensadas, então é apenas um artifício que decepciona por subestimar o público.

    É claro, há também bons momentos. O retorno de Sucre é um alívio. Eterno favorito do público, ele traz leveza e dinamismo, mas novamente não é nada que estivesse fora de seu padrão. Ainda que a forma como ele simplesmente brota ao lado de Linc e C-Note não faça muito sentido, uma temporada de Prison Break não seria a mesma sem Papi.

    A parte mais promissora, é claro, recai sobre Michael e seu eterno enigma. O episódio deixa subentendido que a velha mente afiada do personagem, que tanto fez brilharem as duas primeiras temporadas, estará novamente na jogada. As perguntas que ficam no ar são realmente promissoras e despertam a curiosidade. Scofield tem mais uma vez um grande plano que acabou de colocar em ação, e até o mais indisposto dos fãs deve ficar no mínimo curioso para saber em que ele esteve metido nos últimos oito anos, e por que alegou ser outra pessoa na visita de Lincoln. Isso é Prison Break prometendo recuperar o fôlego das temporadas iniciais através do que sempre encantou o público. Engane a todos nós, Michael. 

    Para o bem ou para o mal, igual ao que era ou completamente diferente, você querendo ou não, Michael Scofield está de volta. Precisava?

    A quinta temporada de Prison Break terá ao todo nove episódios, exibidos às terças-feiras na Fox, às 23h.

     

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