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    The 100: Henry Ian Cusick fala sobre Lost, paixão pela ficção científica e futuro de Marcus Kane (Entrevista)

    Antes Desmond Hume, agora Marcus Kane...

    Após conferir as entrevistas com Eliza Taylor, Marie Avgeropoulos e Lindsey Morgan, chegou a hora de ver como foi nosso bate-papo com Henry Ian Cusick. Conhecido pelo papel de Desmond "I'll see ya in another life, brother" Hume, em Lost, o ator vive Marcus Kane em The 100. Ele falou um pouco sobre a série e o futuro de seu personagem, destacou sua origem latina-americana, o interesse pela ficção científica e muito mais.

    A quarta temporada de The 100 estreou na última quarta, nos Estados Unidos. No Brasil, a série é exibida pela Warner e voltará no próximo mês de abril.

    Marcus vai substituir Pike como o chanceler?

    Talvez. Nós vamos descobrir isso no início da temporada. Há definitivamente um vácuo no poder dentro da Skaikru e isso precisa ser resolvido.

    Como você descreveria a evolução da relação entre Kane e Abbie nesta temporada?

    Desde que ele chegou à Terra, ele certamente amadureceu, ele mudou. Quando ele percebeu que a Terra era habitável, também percebeu que tudo no que acreditava estava errado. Então ele passou por uma espécie de crise de confiança. Ele precisou se adaptar muito rapidamente. Ele muda, aprende e amadurece. Ele aprende a ouvir. Agora, ele é um Kane mais aberto, mais gentil, que busca a paz e uma maneira de sobreviver com os Terra-Firmes. É um Kane muito mais diplomático, que busca soluções pacíficas e estou muito feliz de poder interpretar um personagem assim. Nossa série estava se tornando muito sombria, então eu acho que é muito bom ter um personagem que mostra que não tem problema ser pacífico e bom. Acho que foi uma resposta maior do que o que você esperava, mas enfim.

    The 100 é uma série adolescente com temas maduros e complexos. Como você se vê nesse processo?

    Como ator, eu sempre me pergunto qual é o meu papel e o que a série quer dizer, isso é importante para mim. Acho que a quarta temporada trabalha várias preocupações que eu tinha em relação à série, de não ser uma produção sanguinária só por ser. Por alguma razão todos gostamos de ver a cabeça de um personagem explodir e eu não sei por quê. Então, eu acho que a série tem um outro lado que nós precisamos abordar. Eu tenho filhos, agora eles até estão mais velhos, mas eu me preocupo com os projetos nos quais participo, nas coisas que transmito.

    Que tipo de mensagem você gostaria que as pessoas tirassem de The 100?

    Não acho que mensagens são boas, mas eu gostaria de trazer um questionamento para as pessoas. Creio que todo o arco narrativo de Pike foi muito interessante e Michael Beach, com quem eu adorei contracenar, fez um trabalho fantástico. Eu sempre ouço das pessoas que elas conseguem entender as coisas que Pike fez e o fato de que ele fez as pessoas entenderem as decisões é muito interessante. Para mim, Pike é como Donald Trump: como você pode compreender as coisas que alguém assim diz? Então, acho que eu gostaria de fazer as pessoas questionarem os seus modos de pensar ao perceberem que existem várias maneiras diferentes de pensar.

    Você tem alguma ideia da direção que seu personagem vai seguir?

    Não. Nós recebemos os roteiros um ou dois dias antes de filmarmos. Nós podemos perguntar para os produtores sobre o que vai acontecer, descobrir uma coisa ou outra, mas eu não costumo fazer isso. Mesmo que você pergunte alguma coisa, os escritores podem mudar as coisas que acontecerão e aí será ruim porque você cria expectativas sobre coisas que acabarão não acontecendo. Eu prefiro simplesmente esperar os roteiros chegarem e seguir o que está escrito neles.

    Você ficou hesitante de entrar em uma série na qual a primeira temporada possuía elementos similares a Lost?

    Na verdade, eu abracei essa ideia. Quando eu saí de Scandal e comecei a procurar o meu próximo projeto, foi isso que chamou a minha atenção. Eu adorei fazer parte de Lost, me diverti muito na série e quando li o roteiro e percebi os elementos parecidos com Lost, decidi que seria divertido retornar a um mundo similar, na selva, correndo por aí e que apresenta muitas situações de vida ou morte, algo que acho muito interessante. Gosto disso: de grandes situações, grandes problemas.

    A ficção científica é seu gênero favorito?

    Sim! Porque eu acho que é na ficção científica que podemos criamos mundos, pensar sobre como será o nosso futuro. Ele pode ser bem sombrio, pode ser muitas outras coisas. O futuro é desconhecido. É difícil criar um mundo, mas enquanto espectador, eu acho que é uma das coisas mais interessantes. Fazer parte de uma série como essa também é muito divertido.

    Fazer parte de uma série tão cultuada como Lost ainda te "persegue"? As pessoas ainda falam muito sobre a série com você?

    Sempre me fazem muitas perguntas sobre a série. Lost se tornou uma série cult, mas quando eu entrei eu não tinha a menor ideia do que significava. Nesse sentido, a ignorância foi uma benção. No Reino Unido, a série ainda não tinha sido lançada, então eu cheguei no Havaí para gravar três episódios sem saber nada sobre a série. Minha mulher, que estava no Reino Unido, também não sabia nada sobre, só sabia que as pessoas estavam falando sobre a série. Quando você assina para fazer parte de uma série como The 100, você não tem a menor ideia de como será. Você só sabe sobre o piloto, só sabe quem está envolvido no projeto, quem são os escritores. Então, é sempre um risco. Você vê muitas séries serem lançadas que, após uma boa primeira temporada, simplesmente desaparecem. Várias séries das quais eu gostava acabaram de repente. Vai saber o por quê. Se soubéssemos os motivos, não repetiríamos os erros.

    Tanto Lost quanto The 100 têm fãs muito fervorosos. Qual é a sua relação com os fãs de The 100?

    Não é tão forte. Eu me tornei amigo de vários dos meus fãs da época de Lost. The 100 ainda é um projeto recente na minha vida. E, por mais que os fãs de The 100 sejam tão apaixonados quanto os fãs de Lost, sejamos honestos: Lost é uma série maior, atingiu mais gente. Então, a minha conexão com os fãs de The 100 não é tão forte quanto era ou quanto ainda é com os fãs de Lost.

    Você nasceu no Peru. Ainda mantém contato com sua origem?

    Eu nasci no Peru, minha mãe é peruana. Eu viajei muito durante a vida. Nasci no Peru, morei na Espanha, em Trinidad, na Inglaterra e na Escócia. Então, eu sempre me senti um pouco sem lar. Quando me perguntam se eu tenho orgulho de ser peruano, eu diria que eu não tenho vergonha de ser peruano, acho que é apenas uma coincidência o fato de eu ser peruano. Eu sou peruano, isso faz parte de mim e estou aprendendo cada vez mais sobre as minhas heranças culturais. Minha mãe está muito orgulhosa de mim por causa disso. E isso me faz feliz. Recentemente, surgiu um projeto de um filme no Peru, a ser filmado nos Andes. Fiquei muito empolgado. Se for para frente, eu interpretarei um jornalista estadunidense, mas a maior parte do filme será em espanhol, então eu terei que falar as duas línguas.

    O filme já tem título?

    No momento se chama Curfew [toque de recolher], mas ainda estamos nos estágios iniciais da pré-produção. A direção é de Rodolfo Pereyra. Eu tenho que praticar o sobrenome dele.

    O AdoroCinema viajou a convite da Warner Channel do Brasil.

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