Há aproximadamente 14 anos, no dia 19 de maio de 2002, chegava ao fim uma das maiores séries de ficção científica da história: Arquivo X. Mas ali, os fãs não tinham muito o que comemorar, ou mesmo lamentar. Muitos já haviam abandonado a produção após a saída David Duchovny na oitava temporada. A história foi ficando cada vez mais desinteressante e, ao final, poucos sentiram o final da produção. Ainda assim, o espírito por trás da mesma sempre seguiu vivo e muitos torciam para que um projeto retomasse o clima das primeiras temporadas da série. Foram feitos dois filmes, Arquivo X - O Filme e Arquivo X - Eu Quero Acreditar, que deram um gostinho, mas pouco empolgaram.
Agora, chega às telinhas a décima temporada da série, num formato mais econômico, com apenas seis episódios. O AdoroCinema conferiu os dois primeiros capítulos exibidos no Brasil pela Fox e aprovou! É muito bom poder reencontrar Fox Mulder e Dana Scully após tanto tempo.
Até pelo formato de temporada reduzida, o novo ano da série promete focar numa história geral e não em episódios procedurais do "monstro da semana". Por mais que o segundo episódio pareça se enquadrar neste caso, há a impressão de que esta história vai ser melhor desenvolvida.
Com uma breve narração de Duchovny para contextualizar um "Anteriormente, em Arquivo X...", o primeiro episódio relembra as funções dos protagonistas no início da série para, em seguida, nos mostrar onde eles foram parar.
Uma das coisas que deve agradar bastante aos fãs é o fato de que, inicialmente, a série parece focar em Mulder e Scully como parceiros e amigos que se preocupam um com o outro e se ajudam na procura por respostas. Todo o lado romântico é deixado de lado, rendendo apenas alguns simpáticas alfinetadas por parte de Mulder.
Crítico à político de segurança americana pós-11 de setembro, o piloto (dá pra chamar de piloto o primeiro episódio da décima temporada?) é muito nostálgico, o que deve agradar bastante aos fãs, que devem se emocionar ao se deparar com a abertura original com o tradicional assobio. A dinâmica entre a dupla principal é excelente. Ela é a razão, ele o paranoico.
É curioso notar que a nova temporada também foi feita para novos espectadores. É claro que o fã vai querer tomar a série para si e apontar inúmeras ligações entre tramas e personagens vistos anteriormente, mas a história também funciona para quem nunca viu um só episódio da produção. Ou seja, a série parece conseguir justamente o proposto no início do projeto: agradar os apaixonados e conquistar uma nova geração de fãs. É esperar para ver se conseguirão repetir a qualidade nos próximos episódios.
Além dos ótimos David Duchovny e Gillian Anderson, de volta aos papéis de suas vidas, o primeiro capítulo traz uma participação importante de Joel McHale, num papel surpreendente para quem acostumou em vê-lo como o divertido Jeff de Community. Destaca-se ainda as presenças de Mitch Pileggi e William B. Davis reprisando seus personagens originais.
Os dois primeiros episódios da nova temporada mostram que The X-Files (no original) segue bem viva. Só precisa ser bem trabalhada. A verdade segue lá fora. E vamos, ao lado dos protagonistas, continuar à procura dela.