Algumas séries chegam aos catálogos das plataformas sem fazer muito barulho, mas conseguem encontrar espectadores dispostos a apreciá-las. É um pouco como o que aconteceu com O Caminho Estreito Para os Confins do Norte, criada por Justin Kurzel e baseada no romance best-seller de Richard Flanagan.
A direção é meticulosa, a fotografia é impecável e a série conta com o elenco perfeito para apoiá-la – aliás, acho que esse é o verdadeiro pilar sobre o qual todo o resto se apoia.
Ao longo de seus cinco episódios, a minissérie se passa em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. Na frente do Pacífico, Dorrigo Evans (Jacob Elordi), um oficial médico australiano, é capturado pelos japoneses como prisioneiro de guerra e forçado a trabalhar na construção da ferrovia entre a Tailândia e a Birmânia.
Ele passa os dias tentando sobreviver, encorajado e atormentado pela lembrança de seu caso com Amy (Odessa Young), a esposa do tio.
Prime Video
Os espectadores que já assistiram à série a descrevem como "uma experiência de visualização quase perfeita" e "excepcional". E algumas das avaliações compiladas no Rotten Tomatoes dizem que esta foi a última maratona que assistiram de uma só vez.
A serviço de Jacob Elordi
Os ingredientes para que O Caminho Estreito seja a grande história que pretendia ser são abundantes. Temos uma guerra devastadora, uma história de amor impossível, dilemas morais, culpa, memórias e feridas abertas. Mas, apesar do entusiasmo de muitos espectadores, pareceu-me mais um drama que se preocupa com qualquer outra coisa do que contar uma história diferente.
E isso me traz de volta a Elordi e Ciarán Hinds, cujas costas devem estar doendo depois de carregar todo o peso da série. Ambos os atores se entregam a uma narrativa que, às vezes, parece incerta. Mas se assistirmos apenas para apreciar o talento dos dois atores, certamente será o que procuramos.
A história constrói o perfil de um homem que viu seu mundo ruir. Mas o vaivém emocional apresentado aqui nunca encontra uma estrutura firme, e o resultado acaba sendo uma coleção de cenas um tanto vazias, um deleite para os olhos. Sua embalagem visual é requintada, mas fica longe de transmitir o que tantas outras histórias da mesma época nos contaram um trilhão de vezes.
No final, o que resta é uma obra visualmente impecável, com atuações rigorosas, mas emocionalmente sem graça. É trágica e dolorosa, e o que acontece com seus personagens é cruel, mas não consegue comover.
O Caminho Estreito Para os Confins do Norte está na assinatura premium do Prime Video.