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    Entrevista - Robert Downey Jr.

    Robert Downey Jr. veio ao Brasil para o lançamento de Sherlock Holmes - O Jogo das Sombras e conversou com o AdoroCinema.

    Por Roberto Cunha

    Presente no Rio de Janeiro para divulgar a chegada de Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras no Brasil, o ator Robert Downey Jr. conversou com jornalistas no dia 9 de janeiro, pela manhã, em mesa redonda organizada no tradicional hotel Copacabana Palace.

    O AdoroCinema estava lá e, abaixo, dá um panorama do que foi conversado em cronometrados 20 minutos de papo.

    Apesar de um início tenso, com duas respostas iniciais negativas e secas, felizmente, o clima logo mudou, revelando um profissional sereno, focado, atencioso nas respostas e, acima de tudo, bem humorado.

    O stress e a coincidência

    "A realidade é estressante"

    Perguntado sobre uma possível coincidência entre o visual de seu personagem com o Coringa de Batman - O Cavaleiro das Trevas, em determinado momento do filme, o ator fez careta, se mostrou surpreso e negou veemente. Proposital ou não, o fato é que a cena existe e comento ela na crítica (aqui).

    Questionado se considerava estressante o fato de fazer parte de duas franquias, veio o segundo não. Porém, ainda meio seco, explicou um pouco mais, dizendo que não tinha stress na sua vida por causa do cinema e muito menos para fazer seus filmes. "A realidade é estressante. Filmes são fáceis", completou.

    Como é ser Sherlock Holmes

    "[...] eu acredito naquele instante."

    Robert disse para todos que achava divertido interpretar Holmes, que se sentia bem. Ressaltou a diferença da "escola" de Tony Stark, mas que quando ele vê os filmes diz para si mesmo "Uau!".

    Lembrou que Sherlock é um cara esperto e que ele gosta de se ver como um cara inteligente por cerca de duas horas. "É impressionante para mim essa experiência. Me sinto brilhante! E eu acredito naquele instante. Mas é sempre um desafio".

    O peso das franquias

    [...] não imaginava que isso iria acontecer na minha carreira."

    Protagonista de duas franquias bem sucedidas (Sherlock Holmes e Homem de Ferro), queriam saber se ele se incomodava, de alguma forma, em repetir os personagens e se ainda se divertia fazendo isso.

    De maneira bem serena, afirmou que encara como uma responsabilidade. Algo que todos têm e acabam experimentando em algum momento da vida algo parecido. E deixou claro que não planejou. "Na verdade, eu não imaginava que isso iria acontecer na minha carreira."

    Sobre o incômodo, falou que na vida da gente as coisas podem ficar chatas. Algumas mudam, você as redireciona, mas outras não e nem por isso deixam de ser boas. E exemplificou com o fato de estar casado, ter uma casa, ter filhos como algo que é imutável, mas não deixa ser bom.

    Outra franquia?

    "Essa é a minha opinião"

    Depois de ter citado Trovão Tropical mais de uma vez durante a conversa, o AdoroCinema perguntou sobre a possibilidade de vermos ele como Kirk Lazarus em uma sequência, tendo em vista que já se fala de um roteiro para um spin off (filme derivado) com o personagem de Tom Cruise.

    Apesar de surpreso e soltar um "legal" com a informação, negou interesse e explicou seu ponto de vista com aquelas coisas boas que não queremos ver envelhecer e sim guardar na memória como algo "dos bons tempos". "O que Ben Stiller fez é mais ou menos assim." É um filme arriscado, com humor negro e único. "Essa é a minha opinião."

    Família e os planos para o futuro

    [...] É a coisa mais importante, depois de fazer filhos".

    Sobre o fato de estar casado, prestes a ser pai novamente e as mudanças que isso poderia provocar na carreira, disse que vai procurar fazer o melhor para dar atenção para a família. Citou pessoas extremamente ocupadas que conseguem se virar e lembrou da qualidade (da atenção), além da quantidade. "Eu amo minha familia. É a coisa mais importante, depois de fazer filhos", completou, provocando risos.

    Sherlock Holmes 3

    Querendo ouvir a informação direto da fonte, o AdoroCinema citou o fato de que em O Jogo de Sombras, no fim, algo acontece, insinuando que viria algo pela frente. Perguntamos se poderíamos mesmo aguardar um provável "Sherlock Holmes 3 - A Vingança" e ouvimos um vibrante "Sim".

    Perguntamos se dependia dos bons resultados, disse que sim e que isso já estava acontecendo. Ele disse que foi legal essa solução criativa para o final, para surpreender o público, mas ressaltou a importância de dar mais tempo entre um filme e outro, citando outras franquias, que não produzem de dois em dois anos.

    O fim da autobiografia

    Dono de um carreira com altos e baixos, iniciada aos cinco anos de idade, quando alguém lembrou de sua autobiografia, ele tratou logo de brincar, dizendo que não desistiu, mas devolveu o dinheiro para a editora.

    Perguntado sobre a razão de tal atitude, bem humorado e mexendo com a profissão de todos ali sentados, disse que não suportava a ideia de iniciar uma entrevista (para o resto da vida) com um jornalista perguntando (ele em tom sacana): "Você disse em seu livro ..." Todos riram com a brincadeira.

    Páginas do passado

    "Você vai ter que ler no meu livro"

    Diante da insistência do jornalista sobre a vida pessoal, Robert manteve o bom humor e saiu respondendo no meio da pergunta de maneira curtinha. Na hora que foi dito que ele deveria ter uma história incrível para contar, soltou que era muito estranha, sobre os momentos ruins, disse que eram os piores, e ao ser provocado para fazer uma comparação do passado com o presente, zoou com o autor das perguntas, dizendo "Você vai ter que ler no meu livro" e fez todos rirem.

    Boa química com Jude Law

    "Isso é uma grande ideia"

    Segunda vez que trabalha com Jude Law (e Guy Ritchie), o AdoroCinema salientou a boa química dos dois em cena e perguntou se existiam planos de reeditar essa parceria em um trabalho fora da franquia.

    "Isso é uma grande ideia", disse ele, acrescentando que gostaria de encontrar algo. "Law é um cara muito talentoso, subestimado". Disse que achava muito engraçado o fato de ser um cara americano, fazendo um ícone inglês, tão curioso como um filme tipo John Wayne, com um diretor americano e um inglês fazendo o papel de Wayne.

    Composiçãop do personagem

    "Era uma oportunidade de se reinventar"

    Perguntado se tinha lido a obra de Arthur Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes) antes da franquia, disse que sim, tanto quanto tinha lido outras coisas. Na verdade, completou, "ninguém fez isso", reforçando a ideia de que o objetivo era o diferente. "Era uma oportunidade de se reinventar" ao contrário de se basear em algo realizado em preto e branco, caras gordos etc.

    Chaplin, Tony Stark e Sherlock

    O drama Chaplin foi lembrado mais de uma vez durante a entrevista e quando perguntaram qual dos três personagens (Charles Chaplin, Tony Stark e Sherlock) teria sido o mais difícil na preparação, independente do aspecto físico, o intérprete disse que eram coisas bem diferentes, mas que tinha uma semelhança entre Chaplin e Homem de Ferro, que foi a audição necessárias nos dois casos para mostrar que podia fazer o papel.

    Interferências e dúvidas sobre o filme

    "Infelizmente, tenho opinião"

    Questionado sobre os heróis que andava fazendo e se gostava de vivê-los, disse que estava tudo bem. Frisou que o poder de ambos está no cérebro, mas que as vezes se sente meio na dúvida se está fazendo um filme de mistério ou de ação. Quando perguntado se exercia algum tipo de interferência nos longas, respondeu ironicamente que sim: "Infelizmente, tenho opinião".

    Sherlock Holmes X Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras

    "A primeira vez tem um frescor".

    Provocado por um dos jornalistas para dizer se concordava com o fato de que alguns acharam o segundo filme inferior ao primeiro (o que seria quase impossível de ser respondido numa turnê de promoção), o astro se saiu bem, explicando com palavras simples o que é óbvio ululante.

    Você nunca pode esquecer que a primeira vez tem um frescor e uma inocência. Você descobriu as possibilidades com o primeiro. E fazer um segundo é muito mais dificil porque passamos a ter um. monte de gente "esperta" ligada no que vai ser mostrado e que precisam ser convencidas."Eu sou uma delas!"

    Saúde

    "Eu não treino para ser um fodão ..."

    Com 46 anos, em boa forma e praticando artes marciais, Robert reforçou que não faz isso por uma preocupação estética e sim com a saúde. "Eu não treino para ser um fodão ou porque sou obcecado pelo meu corpo, mas porque é o correto para mim, para a saúde e trabalho".

    Sobre a visita

    [...] é uma viagem de negócios"

    Depois das inevitáveis perguntas se já conhecia ou não o Brasil, fez piada de si mesmo sobre sua educação não ser a melhor, mas que o pouco que viu era suficiente para ter uma ideia da liberdade e espiritualidade do povo. Sendo bastante objetivo, lembrou que estava ali para promover um filme, portanto nada de festas, pois era uma viagem de negócios.

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