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    Entrevista com Natara Ney

    Conversamos com Natara Ney durante o Amazônia Doc.3, onde foi exibido seu curta Um Outro Ensaio.

    Você pode chamar de sorte, ela prefere chamar de destino. Montadora experiente de filmes e produções para a televisão, Natara Ney vem seguindo uma nova trajetória em sua vida profissional desde que se lançou como roteirista e diretora de um curta.

    Presente no Amazônia Doc.3, festival que acontece em Belém, de 5 a 11 de novembro, o AdoroCinema bateu um papo exclusivo com ela, que teve o privilégio de ter seu premiado curta Um Outro Ensaio abrindo o evento. Abaixo, você pode dar uma olhada no resultado dessa conversa.

    O COMEÇO DE TUDO

    Premiada em diversos festivais pela realização do curta, o seu primeiro, Natara contou pra gente que a obra surgiu meio que sem querer, mais precisamente a partir da insistência de amigos, que leram o roteiro escrito por ela. "Eu não queria fazer nada. Eles é que ficaram dizendo que aquilo daria um curta e que eu tinha que fazer". Pelo jeito, parece que a insistência da turma, deu certo.

    Mais curioso ainda foi saber que ele "nasceu" a partir de uma conversa dela com um afilhado, que havia solicitado que ela escrevesse algo sobre o que era o amor. Coisa de adolescente, passando por alguma desilusão ou algo do gênero.

    "Eu não queria fazer nada. Mandei para me livrar."

    O PRIMEIRO PASSO

    Informada de que um concurso de roteiro estava acontecendo no CineAmor, na cidade serrana de Friburgo, no Rio de Janeiro, lá foi ela inscrever o trabalho na competição, mas como ela mesma diz com seu bom humor e alto astral, também por insistência dos amigos. "Mandei para me livrar", disse ela, acreditando que aquilo não daria em nada.

    A BOA NOTÍCIA

    A virada na carreira, tudo indica, começou no dia em que ficou sabendo que três títulos tinham sido selecionados pelo evento para realizar o roteiro. A notícia foi transmitida por um amigo antenado na história e, para a surpresa dela, ele viu no site que o título dela era um dos escolhidos. Eu pensei que era mentira. Disse que não, deveria ser algum algum nome parecido".

    O DESAFIO

    Alegria com a boa notícia e tensão ao mesmo tempo. Afinal, conta ela, a reboque da novidade veio também um prazo para entregar o filme e algumas exigências, como o uso de mão de obra local. No total, segundo a cineasta, eram menos de 90 dias e aí começa aquela corrida contra o tempo e a favor da verba, uma vez que sem a colaboração de muitos profissionais (brodagem, como ela chamou), que toparam trabalhar por um valor abaixo do praticado no mercado, o projeto não decolava.

    "Eu pensei que era mentira."

    ESCOLHA DO ELENCO

    Decidida que o melhor caminho para ganhar tempo na execução era trabalhar com um casal de atores na vida real, Natara viu sua ideia cair por terra quando as duplas que tinha imaginado não teriam condições de atendê-la. Nesse momento, outra vez mostrando como os astros conspiraram a favor, ela conta que recebeu a indicação de assistir a peça "Eu te amo mesmo assim" e lá, se convenceu de que Laila Garin e Oswaldo Mil eram perfeitos.

    A HORA DA VERDADE

    Missão cumprida, chegava a hora de apresentar o trabalho e colocá-lo a prova junto ao público no própro festival que originou a obra. E, ironia do destino ou não, aquele curta que começou meio sem compromisso, desacreditado talvez pela própria autora, acabou sendo escolhido pelo Júri Popular como Melhor Filme dos três selecionados da competição, dando início assim a sua trajetória vitoriosa.

    FESTIVAIS

    “Já pensou no que você vai dizer?” A pergunta feita pelo amigo e incentivador André Lucas (seu assistente de direção) foi que deu o clique nela para este novo mundo que precisava ser explorado e, até então, era desconhecido. “Eu não sabia que a gente tinha que falar com os festivais”. Dessa forma simples e despojada, a cineasta revelou sua total inexperiência nesse “relacionamento” que mais para frente se tornou uma realidade.

    “Já pensou no que você vai dizer?”

    AS VITÓRIAS

    Selecionado para festivais nacionais e internacionais, Um Outro Ensaio já é um vencedor, tendo faturado diversos prêmios, como o Festival do Rio, onde foi eleito Melho Filme pelo Voto Popular e em Gramado, onde levou cinco prêmios, entre eles o de Melhor Direção e Melhor Filme, também pelo Júri Popular.

    O PORQUÊ DO SUCESSO

    Natara tenta definir o sucesso de seu "primeiro filho" como resultado do entendimento que as pessoas têm sobre o tema do filme, que para ela é muito importante. E como ela costuma dizer, antes da exibição, ele é um poema de amor. "Hoje, estou feliz porque consegui fazer o filme que eu queria fazer."

    FUTURO

    Mordida pelo bicho da direção e do roteiro, ela nos contou que existem muitas ideias flutuando e que pretende investir novamente na experiência, que tem sido muito rica para ela no campo pessoal e profissional.

    "Consegui fazer o filme que eu queria fazer."

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