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    Castle Rock: Lizzy Caplan afirma que todo personagem do universo de Stephen King merece um olhar mais atento (Entrevista exclusiva)

    Entrevistamos Caplan e Tim Robbins sobre a segunda temporada da série de terror do STARZPLAY.

    O universo de Stephen King continua a se expandir, seja em novos livros lançados pelo autor, em filmes que adaptam seus maiores sucessos ou... na televisão. Castle Rock é uma ampliação e uma celebração à tudo aquilo que o autor criou ao longo das últimas décadas; o título da série, por exemplo, é o nome da cidade fictícia no estado do Maine em que boa parte de suas histórias de horror acontecem.

    Distribuída no Brasil pelo serviço de streaming STARZPLAY, a série entra em sua segunda temporada no dia 13 de fevereiro contando uma nova história do universo Stephen King: a de Louca Obsessão, que já virou filme nos anos 90. A nova temporada é protagonizada por Lizzy Caplan (Masters of Sex) e também conta com Tim Robbins (Um Sonho de Liberdade) no elenco. O AdoroCinema conversou com a dupla por telefone sobre seus papéis e o terror nos dias atuais.

    Este é um trabalho no mínimo desafiador para Caplan, que além de protagonista interpreta Annie Wilkes (papel até então eternizado por Kathy Bates em 1990, que inclusive lhe rendeu um Oscar). Mas a atriz conseguiu administrar a pressão interna e externa de forma positiva: "Todo mundo tem uma ideia bem clara da personagem Annie, especialmente se você é fã do filme e da performance de Kathy Bates. Eu já era fã dela e hoje sou ainda mais. A noção de "entrar em seus sapatos" foi esmagadora para mim, e eu sabia que era aterrador e um enorme desafio apenas por causa do quanto eu respeito essa atriz. Mas estou sempre pronta para ser desafiada, ainda mais sendo fã de Castle Rock. Todo e qualquer personagem de Stephen King merece um olhar mais atento", afirma, antes de contar que recebeu a aprovação de Bates (e até mesmo flores, num gesto de apoio).

    Um fator que a fez aceitar o papel foi o olhar que a série tem com Annie. "Tanto no livro quanto no filme de 1990, conhecemos Annie através do personagem Paul Sheldon. Nós não examinamos sua vida ou ela mesma. Então, a ideia de torná-la protagonista me pareceu um grande (e ótimo) experimento", disse. Além de protagonista da temporada, a personagem possui uma filha, o que acaba por ser um elemento que a humaniza um pouco mais para que o espectador crie empatia – por mais que Annie seja uma psicopata em desenvolvimento. "Nosso desafio foi tentar examinar uma mulher que lutou com muitas doenças mentais diferentes. Mas podemos tornar essa pessoa compreensiva quando estamos tentando contar todos os impulsos que ela já teve e ainda terá?", questiona Caplan.

    Tim Robbins guardou segredo sobre o que a personagem de Caplan fará na segunda temporada, mas afirma que ela merece todos os prêmios que existem por sua atuação em Castle Rock. "O que ela fez foi brilhante. É difícil interpretar uma pessoa que não é completamente normal. Poucos atores conseguem fazer com que o espectador se importe com este tipo de personagem, e Lizzy consegue muito bem", diz.

    Robbins, que já fez parte do universo cinematográfico de Stephen King e protagonizou Um Sonho de Liberdade, um dos filmes mais conhecidos de todos os tempos, afirma que trabalhar com personagens mais dark é, de certa forma, mais divertido. "Eu não me importo em ser o cara do mal – inclusive, quando você não tem de ser charmoso e sentimental tudo fica mais fácil no desenvolvimento do personagem", explica. "As melhores histórias precisam ter elementos humanos. Isso precisa ser o fator em destaque; seja para fazer com que as pessoas se importem ou pulem da cadeira de choque. Estou mais interessado em histórias que falem sobre a complexidade da condição humana e dos desafios presentes em suas vidas."

    Quanto a trabalharem juntos em uma história do mestre do terror, ambos os atores se mostraram honrados. Lizzy, além de contar que a aprovação do escritor foi essencial para que pudesse trabalhar melhor sua personagem, explica porque sua fama só cresce a cada dia. "Bem, acho que Stephen King é, universalmente, um dos contadores de histórias mais prolíficos do nosso tempo. Essa é a razão pela qual tantos livros são tão populares e também se traduzem com sucesso na televisão e no cinema. Seus personagens são tão bons que passam pelo 'teste do tempo'. Eles continuam tão marcantes quanto eram anos atrás", diz.

    Robbins não só concorda como também sente que sua nova empreitada no cânon do autor americano é um refresco, apesar de não ser uma novidade: "É um universo diferente de Um Sonho de Liberdade, apesar de ainda ser o universo de King. E retornar a este local familiar é um grande prazer. Acredito que nós não damos o devido crédito a ele do jeito que deveríamos. Uma coisa é ser um autor de sucesso; outra é ser um homem que pode te assustar e te emocionar profundamente ao mesmo tempo."

    Quanto aos desdobramentos da temporada e a ligação que seus personagens terão em Castle Rock, Tim Robbins guardou segredo sobre o que a personagem de Caplan fará na história, mas afirmou que ela merece todos os prêmios que existem por aí: "O que ela fez foi brilhante. É difícil interpretar uma pessoa que não é completamente normal. Poucos atores conseguem fazer com que o espectador se importe com este tipo de personagem, e Lizzy consegue muito bem", diz.

    Caplan, por sua vez, se mostrou fã de terror e da capacidade do gênero em transformar uma narrativa pessoal em algo universal: "Você pode colocar pequenas mensagens sobre o mundo, a natureza humana e a sociedade neste gênero de maneiras muito mais difíceis de inserir em um filme dramático. Se você é um fã de Stephen King, vai se divertir muito com Castle Rock."

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