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    Cine Ceará 2019: O drama Luciérnagas, sobre iraniano gay refugiado no México, desponta como bom candidato a prêmios

    Um trabalho potente da diretora Bani Khoshnoudi.

    O 29º Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema apresentou surpresas em sua mostra competitiva na noite de 2 de setembro com a exibição de Luciérnagas, coprodução mexicano-americana da diretora Bani Khoshnoudi.

    O efeito foi semelhante àquele provocado pela chega do espanhol Petra na edição 2018 do Cine Ceará, não por ser necessariamente superior ao demais em termos de qualidade, mas por se tratar de uma produção com muito mais recursos do que os demais concorrentes até então, de orçamento limitado.

    Luciérnagas se abre com a bela imagem de uma plantação onde trabalha Ramin (Arash Marandi), um imigrante iraniano que partiu ao México após ser preso no Teerã por sua homossexualidade. Sem ter amigos em Vera Cruz nem falar a língua local, ele planeja a fuga para a Europa, mas está longe de ter o dinheiro necessário à viagem. 

    O drama trabalha com delicadeza os traumas de Ramin enquanto apresenta outros personagens que sonham em fugir para um futuro melhor. A beleza da fotografia e do trabalho de som é notável, assim como a atuação muito competente de Marandi no papel principal. Luciérnagas seria um bom candidato a prêmios (talvez melhor ator, roteiro ou mesmo direção) embora tenha dividido opiniões na imprensa.

    Leia a nossa crítica.

    Apresentado igualmente na mostra competitiva, Vozes da Floresta, de Betse de Paula, retrata as lideranças femininas na região amazônica, lutando diariamente para proteger a floresta, o solo e as águas dos ataques de fazendeiros e empresários que buscam ameaçam os recursos naturais em busca de lucro.

    Apesar das falas potentes das mulheres, o formato é convencional demais, além de depender muito do diálogo para mover a narrativa, que soa um tanto arrastada. Dentro do Cine São Luiz, no entanto, o documentário foi bastante aplaudido no final, demonstrando bom potencial de comunicação com o público.

    Leia a nossa crítica.

    Na noite de 3 de setembro, a mostra competitiva segue com A Viagem Extraordinária de Celeste Garcia, de Arturo Infante, além de exibir os primeiros quatro curtas-metragens concorrendo ao troféu Mucuripe: As Constituintes de 88, de Gregory Baltz, Livro e Meio, de Giu Nishiyama e Pedro Nishi, Primeiro Ato, de Matheus Parizi e Além da Jornada, de Victor Furtado e Gabriel Silveira.

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