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    Tribunal suspende cota que limita o lançamento de blockbusters no Brasil

    A ANCINE repudiou a decisão e anunciou que entrará com recurso contra os "lançamentos predatórios" de mega filmes.

    Em decisão promulgada pelo desembargador Johonsom di Salvo, a cota que impedia o "lançamento predatório" de blockbusters no Brasil foi suspensa. Agora, os títulos das majors de Hollywood, que tradicionalmente possuem mais apelo e meios para atrair o público, poderão ocupar mais de 30% das salas de um mesmo cinema (via Portal Exibidor).

    Uma vez que a medida abre caminho para um possível soterramento ainda maior das produções independentes e, principalmente, nacionais, a ANCINE (Agência Nacional do Cinema) se posicionou firmemente contra a decisão de di Salvo: "A agência esclarece que irá recorrer da decisão para que sejam mantidas as estratégias de política pública do setor sempre em respeito aos postulados constitucionais e legais".

    O novo desdobramento recoloca a agência governamental e os exibidores em pé de guerra. Enquanto os partidários do primeiro grupo são contrários à decisão, os membros do segundo veem os blockbusters também como vitrines: "Quem determina o número de salas que o filme vai entrar não é o exibidor, é o público que quer consumir. Se todo mundo quer consumir Aquaman, você não vai colocar o filme só em uma sala, pois se o seu cliente vai ao complexo e não encontra o produto disponível dificilmente ele vai querer assistir a outro filme", declarou Gilberto Leal, exibidor do Rio de Janeiro.

    A suspensão, apesar de desfavorável aos projetos menos abastados, ganhou ainda mais uma camada de controvérsia por causa das palavras de di Salvo. Ao transmitir seu voto na questão, o desembargador utilizou uma suposta má qualidade das produções nacionais como justificativa para a suspensão: "Como se vê, a chamada cota de tela assegura uma reserva de mercado para o produto nacional diante da maciça presença do produto estrangeiro nas salas de cinema, dando ensejo a um escoamento mínimo da produção brasileira, cuja qualidade, note-se, é bastante irregular".

    A próxima edição do modelo de Cota de Tela foi inicialmente apresentada em outubro passado, durante uma reunião anual entre representantes da ANCINE e do mercado exibidor; a proposta, que estabeleceria limitações segundo as sessões e por cada grupo exibidor, deve ser votada em breve.

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