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    Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas: Dubladores falam sobre preconceito com a profissão no Brasil

    Dublado ou legendado? As vozes dos personagens da animação deram suas opiniões sobre dublagem no Brasil.

    Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas, assim como fez Lego Batman: O Filme, representa a nova chance da Warner brincar com si mesma e divertir o público com seu amplo universo de heróis. Com estreia marcada para o dia 30 de agosto, a animação sai da televisão e mira nas telonas com uma história cativante, capitaneada pelos jovens heróis que buscam ser mais sérios e reconhecidos.

    Além de a animação possuir bastante força com o público de quadrinhos e super-heróis no Brasil, há uma outra camada a ser observada por aqui: a questão da dublagem. Por muitos caracterizada como controversa, a profissão carece de atenção e reconhecimento, apesar de muitos brasileiros optarem por assistir a filmes dublados - e não legendados.

    Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo com o elenco de dublagem da versão brasileira, o enfoque caiu nos detalhes deste trabalho. O bate-papo contou com a presença de Charles Emmanuel (Mutano), Eduardo Borgherth (Ciborgue), Luiza Palomanes (Estelar), Mariana Torres (Ravena), Manolo Rey (Robin) e Ricardo Schnetzer (Slade Wilson).

    Para Manolo Rey, que viveu a época em que a dublagem era feita com os dubladores juntos no mesmo estúdio ao mesmo tempo, dividindo um bancada de gravação, é difícil dizer qual é a opção favorita do público: "É complicado falar isso que a maioria prefere o legendado, pois não é isso que acontece na TV a cabo. Muitos canais foram se adaptando com o passar dos anos".

    O elenco apontou que, hoje em dia, como a dublagem acontece com os atores separados, o diretor de dublagem é o maior guia. "É fundamental a presença do diretor. A dublagem se molda na observação do que está na tela, nos tons de voz. Você trabalha todo esse conteúdo junto com o diretor", explicou Ricardo Schnetzer.

    Com relação à dificuldade na imersão do espectador para produções de diversos estilos, o elenco também apontou a falta de atenção quanto à qualidade da dublagem – mas eles estão mais que dispostos a não deixar a cultura da dublagem ser desvalorizada. "Aqui no Brasil ainda temos a cultura de preservar a voz original. Mas a gente precisa da ajuda de vocês", disse Manolo, se referindo ao público que consome avidamente o cinema e a televisão.

    Quanto ao retorno positivo que recebem do público, Luiza Palomanes destacou a importância de receber feedbacks nas redes sociais. Além disso, Manolo confessou qual o melhor tipo de elogio que um dublador pode receber: "A melhor dublagem é aquela que a pessoa não sabe dizer se viu o filme dublado ou legendado. Este é um baita elogio, pois aí eu sei que ela não atrapalhou a experiência do espectador". "A dublagem ideal é essa: que você viva o personagem", completou Ricardo.

    Sobre a importância da dublagem para pessoas que precisam de acessibilidade em experiências audiovisuais, como os cegos, o elenco deixou claro que a presença desta profissão muda a vida das pessoas. "Uma vez, um homem elogiou meu trabalho e disse: 'eu sou cego e não sei inglês, então fico muito feliz quando a dublagem é bem feita, pois quando não há emoção, parece que eu estou assistindo a uma narração'", lembrou Luiza.

    A cultura da dublagem é vista de maneira diferentes ao redor do mundo, e Luiza deu um bom exemplo disso: "Acho que cada um tem o direito de escolha do que assistir, mas aqui no Brasil tudo é muito diferente do que lá fora. Os estrangeiros são extremamente patriotas e querem assistir tudo em sua própria língua, já os brasileiros não – a grama do vizinho é sempre mais verde."

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