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    Oito Mulheres e Um Segredo: Atrizes culpam predominância de críticos homens pela aprovação moderada do filme

    Mindy Kaling e Cate Blanchett falaram sobre essa importante questão.

    Ressoando o pedido de Brie Larson para uma maior diversidade racial e étnica no mundo dos críticos de cinema, as atrizes de Oito Mulheres e Um SegredoMindy Kaling e Cate Blanchett, apontaram a predominância de críticos homens como culpada pela aprovação moderada do filme.

    Após chamar de "injusta" a predominância masculina e branca no ramo dos críticos de cinema, Kaling disse em entrevista ao Yahoo Movies:

    "Se eu tivesse que basear minha carreira no que homens brancos querem eu seria muito mal-sucedida. Então obviamente há uma audiência por aí afora que quer ver coisas como [Oito Mulheres e Um Segredo], no que eu trabalho, no que Sarah [Paulson] faz. Em relação a muito do que o filme é, eu acho que homens brancos, críticos, iriam gostar, apreciar o meu trabalho, mas muitas vezes eu penso que terá um crítico que irá condená-lo de certa forma, porque eles não entendem e são tão poderosos."

    Cate Blanchett, por sua vez, falou da importância da mídia na mudança de mentalidade da indústria cinematográfica sobre a igualdade de gênero. "A conversa precisa mudar e a mídia tem uma grande responsabilidade. Quando você começa a apontar essas coisas, você percebe que existe um certo olhar que ronda as mulheres".

    No Rotten Tomatoes, site que reúne críticas, Oito Mulheres e Um Segredo tem 68% de aprovação pela crítica, com um total de 204 opiniões sobre o filme. A porcentagem de aceitação da audiência marcava 51% até o final desta notícia.

    A fala das atrizes acompanha a divulgação de um recente estudo da USC Annenberg School, escola de comunicação e jornalismo da Universidade do Sul da Califórnia, afirmando que a maioria dos críticos de cinema são homens brancos. A pesquisa aponta que 82% das críticas dos 100 filmes mais rentáveis de 2017 foram escritas por pessoas brancas, enquanto só 18% das resenhas vinham de pessoas de grupos raciais e étnicos sub-representados. Das 19.559 críticas analisadas, todas retiradas do Rotten Tomatoes, 78% foram feitas por homens.

    O estudo gerou um movimento importante, que fez com que os festivais de Sundance e Toronto se comprometessem a reservar 20% das suas credenciais de imprensa para críticos de grupos raciais e étnicos sub-representados; mas também trouxe à tona uma complicada questão que envolve diferentes nichos de espectadores.

    Se não todos, a maioria dos filmes da indústria são pensados para um público-alvo, mas isso não exclui que outras pessoas fora desse grupo possam ver a obra. O objetivo real que está sendo abordado é a necessidade de conseguir uma maior diversidade em todas as profissões. Na sétima arte, é preciso evitar chegar na afirmação: "Esse filme não é para você", como aponta a crítica Alison Willmore:

    "'Esse filme não é para você' é o mesmo argumento que um adolescente irritado usa para me dizer que eu não deveria ponderar sobre Esquadrão Suicida. É também um argumento cujo ponto final é o de que nunca devem existir críticas ruins, pois isso significaria que o crítico simplesmente não era o público certo", diz a publicação.

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