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    "Feito na América tem as cenas de ação mais complicadas da minha vida", explica o diretor Doug Liman (Entrevista exclusiva)

    Tom Cruise fez todas as suas cenas de voo sem a ajuda de dublês.

    A biografia Feito na América ganhou o seu primeiro trailer hoje, e o AdoroCinema teve a oportunidade de entrevistar o diretor Doug Liman (A Identidade Bourne) sobre esta inacreditável história real de um piloto americano que fazia entregas ilegais tanto para traficantes quanto para a CIA. 

    O personagem principal é interpretado por Tom Cruise, com quem Liman já trabalhou em No Limite do Amanhã (foto acima). 

    Assista ao trailer e descubra nossa conversa com o diretor:

    A história de Barry Seal é extraordinária. O quanto de Feito na América vai ser baseado em fatos?

    Doug Liman: Na verdade, muito mais do que se pode pensar é verdade no filme. As cenas mais improváveis são aquelas que realmente aconteceram. Mesmo assim, Tom e eu não queríamos fazer uma biografia, nós usamos o personagem como inspiração. Adoramos a ideia de um herói que vive acima das regras - e isso vale para todas as regras, incluindo as da física. É impressionante o que ele fazia com um avião, e também é incrível a maneira como ele trabalhava tanto para a CIA quanto para Pablo Escobar. Existe algo muito libertador sobre alguém que leva a vida desta maneira.

    Pode ser difícil trabalhar com um herói tão moralmente ambíguo. O público vai torcer por um personagem que contribuiu com o tráfico de drogas.

    Doug Liman: Eu só faço filmes com anti-heróis. Sabe, Barry nunca foi um traficante de drogas, nem vendeu armas ilegalmente. O negócio dele era as entregas, o transporte. Ele tinha aviões, e voava em Arkansas. A especialidade dele era entregar tudo que fosse preciso, não importava de quem, nem o horário. Se você precisasse de alguém para entregar algo no meio da madrugada, ele era o cara, o tipo mais confiável do mundo. Por isso, não vamos ter nenhum julgamento de moral em relação ao que ele faz. Talvez depois da sessão, tomando um café com os amigos, você comece a pensar nas implicações de levar uma vida como a dele, mas durante duas horas, quero que o público experimente a vida de Barry Seals, que vibre com ele e torça por ele.

    Divulgação

    O trailer surpreende pela quantidade de humor. As empreitadas de Barry parecem tão absurdas quanto engraçadas.

    Doug Liman: Sim, é o absurdo da própria história, e além disso, Tom e eu temos um senso de humor muito parecido. Nós sempre rimos juntos quando começamos a pensar nos detalhes. Nossas conversas sobre o filme sempre começavam com: "Não seria engraçado se...?". A cena do trailer, com a queda do avião, surgiu assim. Pensamos: "Não seria engraçado se, durante a queda do avião, um pacote de cocaína estourasse e ele tentasse carregar a droga, todo coberto de pó?". Este é um humor libertário: no fim das contas, Feito na América é sobre a liberdade de viver a vida como se não houvesse amanhã. Barry Seal nunca encontrou uma regra que não estivesse disposto a quebrar. Era isso que a CIA gostava nele, porque precisavam de pessoas dispostas a violar regras e transportar armas para a América do Sul.

    Você e Tom Cruise estão acostumados a filmes de ação, mas neste caso a ação é menos física, certo? Cruise não interpreta um agente com habilidades especiais, por exemplo.

    Doug Liman: Sim, mas ao mesmo tempo, este filme tem as cenas de ação mais complicadas que já fiz na minha vida. Tom fez todas as cenas de voo sozinho, sem o uso de nenhum dublê. Nunca tive que construir cenas com uma produção tão complexa quanto esta. O nível de treinamento e de disciplina de Tom foram incríveis: ele tinha um simulador de voo na garagem, e treinou durante meses, todos os dois. Talvez este não seja um papel tão físico quanto No Limite do Amanhã, mas ao mesmo tempo ele exige uma preparação muito mais intensa.

    Diante desta complexidade, você não ficou tentado a poupar Cruise e colocar dublês em ação?

    Doug Liman: Não. Em A Identidade Bourne, por exemplo, era Matt Damon que fazia todas as cenas, ele treinou durante meses para executar os momentos de ação. Eu sempre gosto que meus atores façam estas cenas sozinhos. É melhor quando você vê os rostos deles enquanto pulam ou lutam, soa muito mais real. Além disso, Tom é um piloto excelente. Não existia outro piloto profissional capaz de fazer as cenas de voo melhor do que ele, entende? Qualquer pessoa no set poderia confirmar que ele era realmente o melhor piloto presente ali, a habilidade dele era incrível. Por que eu pensaria em qualquer outra pessoa para pilotar?

    Feito na América chega aos cinemas em 31 de agosto.

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