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    Olhar de Cinema 2015: Nova edição começa do ponto onde parou a anterior

    Evento tem início com filme dos mesmos portugueses premiados na edição passada. Ausentes fisicamente, Joaquim Pinto e Nuno Leonel gravaram um emocionante vídeo especialmente para o festival.

    O 4º Olhar de Cinema, Festival Internacional de Curitiba, começou na noite desta quarta-feira, 10 de junho, retomando exatamente do ponto de onde parou na edição passada, quando o longa  português E Agora? Lembra-Me, de Joaquim Pinto, se saiu como o grande vencedor. Um ano depois, o filme escolhido, fora de competição, para abrir o evento, foi o documentário Rabo de Peixe, codirigido pelo mesmo Joaquim e seu parceiro Nuno Leonel.

    Os realizadores não estiveram presentes - pelo menos, não fisicamente - , mas gravaram um depoimento agradecendo a escolha. O vídeo, por si só, já poderia ser considerado uma obra independente, um belo curta-metragem.

    Assim como em E Agora? Lembra-Me - o representante de Portugal na corrida do último Oscar que, no entanto, não foi selecionado para a disputa - Rabo de Peixe - exibido no último Festival de Berlim - retoma o formato do anterior, bem como a forte tintura pessoal do(s) realizador(es). Se o primeiro acompanhava a luta do próprio Joaquim contra os efeitos do vírus HIV, a nova produção, que começa como um registro de férias dos dois em uma ilha de pescadores na comunidade dos Açores, diz muito do mundo ao focar a narrativa em um personagem, Pedro, um jovem pescador.

    As fronteiras temporais se borram na medida em a captação das imagens de Rabo de Peixe se deram em um período anterior ao do premiado longa (no Festival de Locarno 2013 e também no Cine PE 2014). O novo filme foi rodado rodado entre 1999 e 2001, finalizado apenas em 2015.

    A ideia de filmar o(s) pescador(s), em princípio, pode parecer à deriva. Mas se justifica no tom pessoal, às vezes melancólico; poético e um tanto cínico, da narração, intercalada por ambos (embora quase nunca apareçam). O porto final é simplesmente o coração humano, onde Rabo de Peixe - mesmo que tenha problemas de ritmo na segunda metade - finalmente atraca.

    Na "terceira" obra em questão - o vídeo que filmaram especialmente para o festival -, enquanto falavam para a câmera, os realizadores foram interrompido por Rufus. Velhinho e ofegante, o cachorro foi adotado por eles durante as filmagens do longa, do qual também é, de forma coadjuvante, um personagem. "Gostava de caçar borboletas, embora nunca tenha mordido nenhuma", brincam.

    O 4º Olhar de Cinema continua nesta quinta-feira com o início da mostra competitiva, que será aberta pelo filme russo Angely revolyutsii (Anjos da Revolução). Até o dia 18, data do término do evento, o AdoroCinema segue acompanhando o festival - em um mundo mais seguro para as borboletas.

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