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    Leila Hatami, atriz de A Separação e jurada no festival de Cannes, é ameaçada de chicoteamento no Irã

    Grupos conservadores islâmicos querem punir a atriz por ter beijado o presidente do festival de Cannes, Gilles Jacob, na bochecha.

    Um beijo na bochecha. O gesto que seria bastante comum no Brasil e em diversas partes do Ocidente, pode levar a atriz Leila Hatami (de A Separação) à pena de prisão em sua país natal, o Irã. Durante o festival de Cannes 2014, onde a atriz faz parte do júri oficial, ela deu um beijo na bochecha do presidente do festival, Gilles Jacob, o que escandalizou a mídia iraniana.

    O Ministro da Cultura, Hossein Nushabadi, afirmou que se trata de uma "violação das crenças religiosas" do islã, e que "as mulheres iranianas são um símbolo de castidade e inocência". A mídia já havia protestado contra o fato de Hatami não cobrir completamente os cabelos durante o festival - outra violação das regras entre os muçulmanos.

    Mas o mais chocante é a punição que a atriz pode sofrer quando retornar ao Irã. O grupo de estudantes do Hezbollah está solicitando na justiça que ela receba a pena de até 50 chicotadas: "Nós, os requerentes, que somos um grupo de irmãos e irmãs muçulmanos, pedimos aos ramos cultural e mediático da justiça que condenem Leila Hatami pelo ato pecaminoso de beijar um homem desconhecido em público, o que de acordo com o artigo 638 da Justiça Criminal Islâmica, é passível de pena de prisão. [...] A ação desta estrela de cinema feriu os sentimentos religiosos da nação orgulhosa e mártir do Irã, e desta maneira também solicitamos a punição de chicoteamento estipulada pela lei".

    Desde o incidente, Gilles Jacob tem tentado minimizar a ação, assumindo a responsabilidade e a iniciativa pelo beijo, mas as desculpas do presidente de Cannes não têm surtido efeito na comunidade iraniana.

    Fonte: The Daily Telegraph

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