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    Exclusivo - Isabelle Candelier fala sobre a comédia Adeus Berthe: O Enterro da Vovó

    A atriz francesa conversou com o AdoroCinema sobre esta comédia inusitada, falando também sobre os rumos de sua carreira e a experiência de trabalho com Russell Crowe e Ridley Scott.

    por Bruno Carmelo

    Estreia nesta sexta-feira uma comédia francesa que teve grande sucesso em seu país natal: Adeus Berthe: O Enterro da Vovó, filme que trata com muita leveza de assuntos como a morte e o divórcio. A história gira em torno de Armand (Denis Podalydès), um homem que perde sua avó enquanto resolve um complicado divórcio com sua esposa (Isabelle Candelier), para poder ficar com a sua amante (Valérie Lemercier).

    Durante o Festival Varilux de cinema francês, Isabelle Candelier deu uma entrevista exclusiva ao AdoroCinema, falando sobre o humor do filme, o tema polêmico e os rumos de sua carreira, entre a França e os Estados Unidos. Com direção de Bruno Podalydès, Adeus Berthe: O Enterro da Vovó chega aos cinemas dia 29 de março.

    A sua carreira é bastante associada aos irmãos Denis e Bruno Podalydès...

    É verdade. Tenho que reconhecer que eles são bem fiéis, e eu sou muito grata, porque isso não é frequente entre os diretores. Bruno gosta de conhecer novos atores, mas ele é fiel a um pequeno grupo que está junto desde o primeiro longa-metragem dele. Ele gosta de trabalhar sempre com os mesmos, como Alain Resnais. É a ideia de uma minitrupe, é muito agradável.

    Este é um filme particular dentro da carreira dele, com mais humor do que de costume.

    O que me interessa em Adeus Berthe: O Enterro da Vovó é que ele vem depois de duas adaptações literárias feitas pelos diretores. Desta vez, é um roteiro original, escrito por apenas um dos dois irmãos. Recentemente, eu fiz uma peça dirigida por Denis Podalydès. Às vezes eu o enxergava, e pensava que estava em um filme de Bruno. O universo dos dois é próximo da infância, e eu me sinto muito confortável neste grupo, artisticamente falando.

    Adeus Berthe aborda de maneira cômica um tema difícil, como a morte...

    É principalmente o personagem de Denis que é confrontado a esta questão. O meu personagem deve lidar com o adultério. O roteiro trata deste tema evitando os clichês, porque a ruptura está acontecendo, e a esposa não quer aceitar. Não é o clichê da esposa dividida entre dois homens. Apesar de tudo, existe muito amor entre eles. A amante também não é a mulher fatal clássica, é uma mulher que sofreu. Há muita humanidade neste filme, é o melhor que Bruno já fez. Ele acabou de completar 50 anos, e quase todos os seus atores estão chegando a esta idade. Existe muita nostalgia neste filme, mas tudo é tratado de maneira lúdica. A comédia está presente o tempo inteiro, à italiana.

    Mas eu não tive que me preparar muito. As coisas se fizeram de maneira natural, porque nós nos conhecemos muito bem. O diretor nos convida e nos fornece um personagem, e as coisas se fazem assim. Além disso, eu também perdi meus avós recentemente, antes da filmagem. Meus filhos viram o filme, e eu também queria que meus pais vissem. Eles se emocionaram bastante. Acho que o público de Adeus Berthe: O Enterro da Vovó será bem amplo. Alguns filmes de Bruno são para um público restrito, mas este é bem popular.

    Além de atriz, você também já trabalhou como roteirista antes, em André le Magnifique (1999).

    Justamente, era Denis Podalydès que estava envolvido neste projeto. Nós tínhamos umas ideias muito engraçadas, e decidimos improvisar até surgirem personagens fortes o suficiente para uma peça de teatro. Eu era a única garota entre os meninos. Com o sucesso da peça, veio a oportunidade de fazer o filme. Depois de trabalhar muito na peça e no filme, eu aprendi bastante sobre a diferença entre os dois.

    Você trabalhou no filme americano Um Bom Ano (2006), com Ridley Scott na direção, e Russell Crowe no papel principal. As grandes produções americanas são um objetivo para você?

    A profissão de ator permite fazer coisas muito diferentes. Eu adoro o rádio, a televisão, o cinema de autor, o cinema popular... Quando existe o prazer na experiência, vale a pena. Eu tenho uma ótima lembrança de Ridley Scott. Comigo, ele era um doce. Eu o fazia rir, e ele gostava muito das nossas improvisações. A gente fez uma improvisação ousada, e ele usou tudo no filme. Na época, eu fiz os testes e ele gostou, simples assim. Mas a ideia é manter sempre a diversidade. A minha prioridade, no momento, é investir no cinema independente americano. Estou com um novo agente americano, e estou esperando algumas respostas.

    Justamente, quais são os próximos projetos?

    Eu ouvi uma atriz que disse: “Como toda atriz, eu estou esperando respostas”. E é verdade, é assim mesmo. Dez dias atrás, eu tinha três projetos, e agora nenhum deles funcionou, um por problemas financeiros, outro porque preferiram uma atriz diferente... Por isso eu penso em criar meus próprios projetos, para não ficar como um passarinho indefeso, dependendo da ajuda dos outros.

    Adeus Berthe: O Enterro da Vovó

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