"Nojento e anticatólico": Roteirista de Conclave responde à reação de conservadores ao filme vencedor do Globo de Ouro
Júlia Barbosa
Júlia Barbosa
Criada no palco, sempre foi movida pela arte. Defensora ferrenha de Crepúsculo e Ricardo Darín, fala pelos cotovelos sobre as histórias que vemos nas telas e nos bastidores.

Conclave, de Edward Berger, chega aos cinemas brasileiros no dia 23 de janeiro.

A cerimônia do Globo de Ouro 2025, que aconteceu no último domingo (5), deu o que falar e rendeu polêmicas em cima de Emilia Pérez. No entanto, o filme francês não é o único vencedor que gerou opiniões controversas. Conclave, que ganhou o prêmio de Melhor Roteiro, está revoltando os conservadores.

Baseado no livro homônimo de Robert Harris, Conclave acompanha um dos eventos mais secretos do mundo: a escolha de um novo Papa. O cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) é o encarregado de executar essa reunião confidencial após a morte inesperada do amado e atual pontífice. Sem entender o motivo, Lawrence foi escolhido a dedo para conduzir o conclave como última ordem do papa antes de morrer.

Os líderes mais poderosos da Igreja Católica vindos do mundo todo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção, cada um com seus próprios interesses. Lawrence, então, acaba no centro de uma conspiração e descobre um segredo do falecido pontífice que pode abalar os próprios alicerces da Igreja.

Final de Conclave gerou revolta entre os conservadores

Focus Features

Não vamos dar spoilers, até porque Conclave ainda nem estreou no Brasil. Mas o filme termina em um plot twist que encaixa perfeitamente na trama, mas foi rechaçado por conservadores que não o aceitaram. Megyn Kelly, ex-apresentadora da Fox News, foi uma das pessoas públicas que detonou o longa de Edward nas redes sociais.

“É o filme mais nojento e anticatólico que vi em muito tempo. Que vergonha de Ralph Fiennes, Stanley Tucci e John Lithgow por estrelarem e que vergonha do diretor Edward Berger (entre outros). [...] Eles nunca fariam isso com muçulmanos, mas cristãos/católicos são sempre alvos justos para zombar/menosprezar/difamar”, escreveu a jornalista republicana em seu perfil no X.

"O anel do Papa sendo cortado": Diretor de Conclave fala sobre a inserção de rituais reais do Vaticano no filme

Diante da repercussão, o roteirista Peter Straughan defendeu o final de Conclave na coletiva de imprensa que sucedeu sua vitória nos Golden Globes, argumentando que o filme é regido pela fé, e não anticatólico:

“Não acho que o filme seja anticatólico. Fui criado como católico. Eu era coroinha. Acho que a mensagem central do Conclave é sobre a igreja sempre ter que reencontrar seu núcleo espiritual, porque ela lida muito com poder. Esse sempre foi um equilíbrio cuidadoso e difícil. Para mim, esse era um ideal católico muito central com o qual fui criado. Eu defendo isso”, enfatizou.

Apesar dessas manifestações contrárias, a campanha do drama de Edward Berger rumo ao Oscar 2025 não foi afetada. Além da presença significativa nas premiações da temporada, as avaliações seguem positivas, atingindo 93% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.

Conclave chega aos cinemas brasileiros no dia 23 de janeiro.

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