O diretor natural de Kansas City, Robert Altman, atualmente vive mais do seu passado laureado do que do seu presente de criatividade em crise. No currículo desse senhor que foi homenageado pelo conjunto de sua obra no último Oscar, que ainda se recupera de uma cirurgia cardíaca que o impediu de dirigir as cenas finais deste "A ÚLTIMA NOITE", é conhecido por ter criado "MASH". A opção de Altmana, desta vez, foi mostrar o mundo do rádio. No caso, um programa feito semanalmente num teatro do interior do estado de Minnesotta, que era transmitido ao vivo de um teatro. Como o teatro foi comprado por um grupo de empresários texanos que decidiram transformá-lo num estacionamento, o programa mostrado no filme foi o último de sua história. As atrações do programa são as irmãs Jackson (Meryl Streep e Lily Tomlin, ótimas como sempre), uma dupla de country composta por Lefty (John C. Reilly) e Dusty (Woody Harrelson). Lefty e Dusty são os responsáveis pelos melhores momentos do filme quando eles cantam a música dos enganos, na qual eles enxertam uma série de piadas engraçadíssimas. As propagandas musicais dos mais diversos produtos (salsicha, pizza, etc) também são têm lá seu charme. Infelizmente o resto é puro sofrimento. O pior deles é ver a atriz Virginia Madsen no papel de um anjo (numa copiagem descarada de "ASAS DO DESEJO", de Wim Wenders). Na verdade, o roteiro é débil; não se decidindo pela comédia escrachada ou pelo drama. Abaixo de qualquer linha de qualidade está a atuação de Lindsay Lohan, que é a filha de Meryl Streep, cujos poemas tematizam sobre o suicídio, porém, no final do programa ela está pulando e dançando no palco. Sem mencionar o fato dela se transformar na responsável pela vida econômica da mãe, quando ela não passa o mínimo de credibilidade para cuidar da suas próprias fraudas. Chato, muito chato acompanhar o que penso ser o final da carreira de Robert Altman.