Minha conta
    O Tigre e a Neve
    Média
    3,6
    162 notas
    Você assistiu O Tigre e a Neve ?

    7 Críticas do usuário

    5
    3 críticas
    4
    0 crítica
    3
    1 crítica
    2
    3 críticas
    1
    0 crítica
    0
    0 crítica
    Organizar por
    Críticas mais úteis Críticas mais recentes Por usuários que mais publicaram críticas Por usuários com mais seguidores
    Luiz C.
    Luiz C.

    51 seguidores 64 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 6 de dezembro de 2018
    Ontem à noite (04/12/2018) juntamos as 3 salas da EJA de nossa escola, a EMEF Oziel Alves Pereira, e realizamos a apresentação, seguida de discussão, do filme “O Tigre e a Neve” (Itália, Roberto Benigni, 2004).
    O filme foi providenciado pelo professor Fernando, de Geografia, e contou com a participação da professora Fabrícia de língua portuguesa, para organizar o debate.
    Exercício de metalinguagem, o filme trabalha as questões inerentes ao próprio fazer e linguagem fílmica, à literatura (especialmente a poesia) e a vida.
    De tudo, ao meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento.
    (Vinicius de Morais)
    Attilio de Giovanni é um poeta e professor de Literatura que sempre sonha com a mesma mulher: Vittoria.
    O que é o sonho? É a antecipação ou o prenúncio de algo? É um augúrio? É uma metáfora da vida?
    Várias vezes ao longo do filme vemos uma cena de casamento surreal, em que um padre ortodoxo conduz o serviço em uma ruína romana. Os convidados estão sentados, há decoração de flores e Vittoria, vestida de noiva, é a única que faz os votos, um poema de Attilio! Este, vestido de maneira informal, é importunado por um guarda, que adentra o recinto e manda que ele tire o carro do local onde está estacionado.
    A cena tem modulações, nas várias vezes em que é repetida, como por exemplo quando Vittoria é substituída por um canguru falante, dando ares de fábula.
    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento.
    (Vinicius de Morais)
    Quando Attilio vai assistir a palestra de seu amigo Fuad, também poeta, ele encontra Vittoria.
    Ela está escrevendo um livro sobre Fuad e acaba por viajar para o Iraque, sua terra natal, para fazer pesquisas. Lá, sofre um grave acidente e fica internada no país, exatamente quando está sendo invadido por soldados norte-americanos.
    Attilio entra numa verdadeira missão para ficar ao lado da mulher pela qual está apaixonado e tentar realizar a cura da mesma, numa situação em que seria quase impossível, já que não há medicamentos na cidade sitiada e ela está desenganada pelos médicos.
    É sobre este trecho que a discussão na escola foi mais rica e interessante, pois todos parecem já ter vivido situações aflitivas, de quase perda, associadas às pessoas que amam.
    Acabei por colocar que hoje, aos 53 anos, tenho convicção de que AMOR é, por definição, INCONDICONAL e NÃO ACABA.
    É Attilio exatamente quem diz aos seus alunos que se quiserem escrever sobre o amor devem esperar os 80 anos! Acredito que seja porque os jovens, em sua inexperiência e imaturidade, confundem atração sexual ou desejo com amor, o que acaba por fornecer a componente volátil das suas paixões, que se sucedem.
    Sobre Bagdá, mesmo sabendo que as cenas e tomadas foram filmadas na Tunísia, há de se realçar o extremo respeito e delicadeza do cineasta para com a cultura muçulmana.
    Attilio acompanha Fuad e o restante da população que caminha até a mesquita, mas não ousa desrespeitá-la: não entra.
    As mil e uma noites são citadas e, para nós brasileiros, que lemos Malba Tahan, há uma alusão direta ao Céu de Allah, onde o festival de luzes é proporcionado não pelas estrelas cadentes, mas pelos mísseis dos estadunidenses.
    E assim, quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama
    (Vinicius de Morais)
    Após a verdadeira epopéia, que culmina com a prisão e deportação de Attilio, este volta para casa. Acaba encontrando Vittoria já recuperada mas, mesmo assim, não ficam juntos. Por que? A dica nos é dada pelo próprio filme, já que Attilio acaba por derrubar a gaiola com o casal de pássaros, que lhe havia sido ofertada por uma das filhas.
    Foi ele quem contou a filha, para explicar o gosto e o fazer da poesia, que certa vez um pássaro havia pousado nos seus ombros e ido embora.
    Eu: Fabrícia, dá para ensinar a fazer poesia?
    Fabrícia: Dá para ensinar o fazer e a técnica.
    Eu: posso lhe passar as minhas receitas e você pode até segui-las ao pé da letra...Nada garante, porém, que os pratos que você preparar terão o sabor dos que eu preparo!
    Attilio não diz uma única palavra a Vittoria sobre a sua sina, o verdadeiro milagre que ele operou no sentido de salva-la.
    Segundo o médico iraquiano, os milagres, às vezes, ainda acontecem por lá...
    Amor só dura em liberdade!
    Eu possa me dizer do amor (que tive):
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure.
    (Vinicius de Morais)
    Mas a boa ação de Attilio não ficou anônima.
    Ao se despedir, ele se inclina e dá um beijo casto na testa de Vittoria, exatamente como ele fez dezenas de vezes em Bagdá, e o filme mostrou para fixar a nossa atenção.
    O beijo é o “estalo” na sua memória, que é reforçado quando ela vê a sua corrente de ouro, com a aliança, que ele agora traz no pescoço. Um ladrão iraquiano tentara roubá-la, ainda no hospital, e Attilio acabou por pendurá-la no próprio pescoço.
    Corrente de ouro com aliança, símbolos de amor e fidelidade...
    Roberto O.
    Roberto O.

    23 seguidores 59 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 28 de agosto de 2014
    Benigni insiste no discurso de que a vida ainda pode ser bela.

    Roberto Benigni é um autêntico italiano. Com inflexões na voz que fazem com que sua fala saia “cantada”, além do inevitável hábito de gesticular ao excesso, o cineasta e ator compõe o estereótipo perfeito do habitante daquela região da Europa. Seu discurso de agradecimento ao receber, em 1999, o Oscar de melhor Filme Estrangeiro por A Vida É Bela só evidenciou, via satélite para todo o mundo, essas características tão ítalas. O longa – que ganhou ainda as estatuetas de ator para o próprio Benigni, e de trilha sonora – narrava o comovente esforço de um pai judeu para convencer seu filho pequeno de que o deprimente campo de concentração para o qual foram enviados durante o Holocausto nazista na verdade não passava de um cenário para uma insólita “gincana”. Sete anos depois, o diretor propõe uma nova incursão à formula que tanto sucesso fez em seu longa premiado.
    Novamente escrito, dirigido e protagonizado por Benigni, O Tigre e A Neve apresenta uma variação do mesmo tema (amor na guerra). O astro italiano é Attilo De Giovanni, um poeta que se vê na tumultuada Bagdá em pleno Conflito do Iraque para um novo esforço em nome do amor: cuidar da mulher de seus sonhos, a escritora Victoria (Nicoletta Braschi, esposa de Benigni na vida real), vitimada por um bombardeio, e à beira da morte em uma enfermaria improvisada e sem recursos.
    Em se tratando de Benigni, a comédia é imprescindível. Contudo, ao contrário da muitíssimo bem sucedida química entre pai e filho vista em A Vida É Bela (impossível não compará-los), beneficiada pela presença do garoto que torna tudo mais leve e divertido, aqui as pretensas cenas cômicas encontram como empecilhos a ausência de interação com a donzela – em coma durante quase todo o tempo – além do próprio cenário de guerra enfatizando que, por mais hilária que possa ser uma situação, quando inserida no contexto, acaba por perder completamente a graça.
    Todavia, Benigni acerta o tom na utilização das palavras. O fato do protagonista ser poeta poderia levar a crer que ele ficaria declamando versos inadvertidamente durante toda a projeção. Versado e esclarecido, na mesma proporção com que é afobado e inconsequente, o poeta se utiliza de palavras e gestos que chegam a incomodar tanto iraquianos quanto os soldados americanos (e em alguns momentos até o próprio espectador). Sua insistência, no entanto, em afirmar que “é italiano”, torna-se a chave para tirá-lo de muitas situações de perigo nas quais se mete, sempre com o objetivo de trazer provimentos para sua bela adormecida.
    Apesar de serem poucos e sutis, há, sim, momentos introspectivos, e são eles que constituem a maior justificativa para a obra. Sóbrio e cabisbaixo, o amigo do “casal” e escritor iraquiano Fuad, vivido respeitosamente por Jean Reno (com seus olhos tristes e caídos), faz o contraponto perfeito ao alucinado poeta de Begnini. É Fuad quem pronuncia as mais belas palavras do filme, quando disserta acerca da Torre de Babel, enquanto contempla uma melancólica paisagem de Bagdá sendo banhada pela chuva de mísseis e foguetes que iluminam o céu, em uma intrigante metáfora para a falta de comunicação e entendimento entre os homens.
    A narrativa, aparentemente simples, reserva algumas pequenas surpresas em seu final, fechando um arco iniciado nos primeiros minutos da projeção, e envolvendo – em meio a outros detalhes – o real relacionamento entre o poeta e sua musa, bem como a representação visual que justifica o título do filme, referência que havia sido apenas mencionada rapidamente no início do longa. Esses momentos líricos que abrem e fecham o filme podem facilmente ser interpretados como mais uma alegoria ao otimismo, como Benigni também fez em A Vida É Bela. O poeta vivido por ele (quase) sempre insiste em ver o lado positivo das situações, sem se deixar atormentar pelo clima caótico que o circunda.
    Roberto Begnini costuma dividir opiniões acerca dos trabalhos que apresenta. Nesta obra, são notórias as suas tentativas deslocadas de intercalar humor onde não seria cabível, como também são inegáveis as suas qualidades poéticas, que ao final podem nos fazer refletir acerca da superação das dificuldades e a busca pela felicidade. Ao final de O Tigre e A Neve, talvez você não o considere bravíssimo, mas sem dúvida, não há como negar que ele seja Italianíssimo!
    Francisco Russo
    Francisco Russo

    18.294 seguidores 687 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Attilio de Giovanni é um poeta atrapalhado, perdidamente apaixonado por Vittoria. Ela, porém, vive dispensando-o. Ambos têm um amigo em comum, Fuad, um poeta iraquiano que voltou a morar em Bagdá recentemente. Vittoria vai visitá-lo, para preparar uma matéria, mas a explosão de uma bomba faz com que fique à beira da morte. Ao saber da notícia Attilio parte rumo ao Iraque, em uma tentativa desesperada de salvar sua vida. Roberto Benigni continua fazendo seu personagem estabanado, que em "O Tigre e a Neve" serve até mesmo como contraponto à dura realidade da guerra no Iraque. O filme possui problemas, em especial a impossibilidade de Nicoletta Braschi em transmitir emoção e a Bagdá cenográfica, nova demais para o que a trama apresenta, mas conta com excelentes tiradas em relação à própria guerra. Benigni cita questões como os homens-bomba e as armas de destruição em massa, mas jamais em tom jocoso e sim usando a referência que o espectador têm sobre estes conceitos e o que realmente aconteceu na guerra do Iraque. Um bom filme, com deficiências mas que também provoca gargalhadas em determinados momentos.
    SERGIO LUIZ DOS SANTOS PRIOR
    SERGIO LUIZ DOS SANTOS PRIOR

    1.482 seguidores 293 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Roberto Benigni finalmente acertou a mão e os nossos corações após "A VIDA É BELA", que lhe rendeu 3 Oscars no ano de 1997. A abertura do filme é soberba: Tom Waits ao piano tocando a balada "You can never hold back spring" enquanto Atillio (interpretado pelo próprio Benigni) adentra vestido de cueca e camiseta para o local do seu casamento e ouve a maior declaração de amor que um homem poderia receber. Na verdade, Atillio estava sonhando (aliás, este é um sonho recorrente do personagem). A soma de lirismo e humor, esse é o território em que o diretor e ator italiano sabe trafegar como ninguém. Atillio é um professor de poesia que ensina aos seus alunos que é necessário estar apaixonado pela vida para se poder escrever. E a sua aula deveria servir de exemplo a qualquer professor, tamanho a lição de amor pela matéria que ele está tentando ensinar. Quando Atillio vai falar com um poeta árabe seu amigo, Fuad (Jean Reno), ele se depara com a mulher com quem ele sonha todos as noites: Vittoria (Nicolleta Braschi, esposa de Benigni na vida real). Atillio passa a perseguí-la com o objetivo de conquistá-la, porém, Vittoria desaparece. Eis que no meio de uma madrugada, Atillio recebe um telefonema de seu amigo Fuad, dizendo que Vittoria estava internada num hospital de Bagdá, vítima de um bombardeio por parte do exército norte-americano. Atillio enviou suas duas filhas de volta para casa e partiu rumo ao aeroporto para pegar o primeiro vôo para Bagdá. Lá chegando, Atillio se depara com a situação crítica dos hospitais no Iraque. A sua amada estava inconsciiente num local nada propício para qualquer tratamento médico, sem medicações e repleto de moscas. É o próprio Atillio que tem de ir atrás de oxigênio, de suplementos médicos junto às tropas da Cruz Vermelha internacional para que Vittoria permaneça com chance de sobreviver. Ele faz das tripas coração. Aí surgem situações engraçadíssimas como quando ele consegue um camelo como meio de transporte na periferia de Bagdá, ou quando ele compra um tubo de oxigênio de um ladrão de objetos que são deixados pra trás durante os bombardeios (engraçadíssima a cena em que Vittoria com a máscara de mergulhadora e o oxigênio ligado à sua boca). O amor e a boa vontade movem montanhas para Benigni, mas com humor, pois sem ele a vida perde uma de suas essências. A cena em que Atillio e Fuad conversam sobre o passado de glória do Iraque, que a Torre de Babel havia sido construída a poucos quilômetros de onde estavam e que a partir desse fato os seres humanos não mais se entenderam, tudo isso olhando o céu de Bagdá com aqueles pontos iluminosos que denotavam um ataque aéreo dos norte-americanos, é tocante. Enquanto o ser humano acreditar que o impossível pode ser viável, como uma chuva no deserto, políticos não corruptos, ou até mesmo um tigre na neve na capital da Itália, vale a pena a jornada humana neste planeta. Belíssimo manifesto humanista de Benigni.
    Murari submundo
    Murari submundo

    3 seguidores 11 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 17 de setembro de 2015
    Gosto de filmes bem românticos e italianos. Linda fotografia, roteiro bem estruturado...
    Theinniy A.
    Theinniy A.

    4 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 30 de dezembro de 2014
    Um Romance simplesmente às avessas. Benigni foi brilhante!
    Nahschneider
    Nahschneider

    3 seguidores 13 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Vi esse filme umas duas vezes pra dizer que é muito bom. Roberto Benigni volta depois do desastrado filme "Pinocchio" com um filme mais sério. O único problema são as inúmeras referências ao "A Vida é Bela" (guerra; o casal Benigni-Braschi). Tem que se esquecer do filme de 1997 pra poder ver "O Tigre e a Neve", senão não dá.
    Quer ver mais críticas?
    • As últimas críticas do AdoroCinema
    • Melhores filmes
    • Melhores filmes de acordo a imprensa
    Back to Top