Todo Mundo em Pânico 4… Ou, como eu gosto de chamar, "A Despedida Mais Triste Desde Que o Michael Jackson Deixou de Ser Negro". Lançado em 2006, esse filme é a prova de que até as franquias mais absurdas têm um limite—e esse limite é quando você começa a parodiar Guerra dos Mundos, O Chamado, Jogos Mortais e A Vila no mesmo roteiro, como se estivesse jogando referências num liquidificador e torcendo para o resultado ser palatável.
O filme começa com Shaquille O’Neal e Dr. Phil acorrentados em um banheiro, sendo torturados por um boneco maligno que parece ter saído de um pesadelo de um roteirista em crise criativa. A cena é tão aleatória que você se pergunta se não está assistindo a um comercial de seguro de carro interrompido por um surto psicótico. Mas, ei, pelo menos Shaq tenta acertar uma cesta—e falha miseravelmente, assim como o filme em ser engraçado.
Depois desse prólogo que não leva a lugar nenhum, somos apresentados a Cindy (Anna Faris), agora viúva do George (que morreu em uma luta de boxe, porque claro que morreu), cuidando de uma velha em uma casa mal-assombrada. Seu cunhado, Tom (Craig Bierko), tenta se matar tomando Viagra—e, em vez de morrer de priapismo, cai de um prédio com o membro tão inchado que poderia ser confundido com um poste de telefone. Ah, o humor refinado.
Enquanto isso, aliens invadem a Terra (porque Guerra dos Mundos tava bombando), um fantasma japonês aleatório fala frases sem sentido (porque O Chamado ainda dava ibope), e Brenda (Regina Hall) está inexplicavelmente viva (porque mortes nessa franquia são tão permanentes quanto dieta de Carnaval).
No final, tudo se resolve quando o boneco vilão (que agora é o pai biológico do fantasma japonês?!) percebe que errou e cancela a invasão alienígena. Sim, é tão ridículo quanto parece.
- Cindy Campbell (Anna Faris): A protagonista que já foi desastrada de um jeito fofo, mas agora só parece cansada de estar ali. Seu maior talento? Falar um "japonês" que parece ter sido aprendido em um curso de YouTube de 5 minutos.
- Brenda Meeks (Regina Hall): A única que ainda tenta salvar o filme com seu deboche, mas até ela parece estar só pelo cheque. Sua morte no 3 foi mais memorável que seu retorno aqui.
- Tom Ryan (Craig Bierko): O cara que substitui o George e tem a personalidade de um pano de chão. Sua cena no Oprah no final é tão sem noção que até a Oprah deve ter pensado "Por que eu aceitei isso?".
- O Fantoche Assassino: O vilão mais confuso da franquia. Ele é um boneco? Um alien? Um pai ausente? Ninguém sabe, mas ele pelo menos tenta ser mais ameaçador que o roteiro.
- O Presidente (Leslie Nielsen): O único que ainda age como se estivesse em uma comédia. Sua cena na ONU, onde todos ficam nus, é a única que quase salva o filme. Quase.
O filme tenta manter o humor escrachado dos antecessores, mas parece que a criatividade foi vaporizada junto com as vítimas dos aliens. Destaques (ou lowlights) incluem:
- A Morte do Tom por Viagra: Porque nada diz "comédia" como um cara morrendo com o pau inchado. Ah, o glamour.
- O Fantasma Japonês Aleatório: Ele não fala nada que faça sentido, mas hey, pelo menos ele aponta para o coração do pai como solução. Profundo.
- A Cena da ONU com Todo Mundo Pelado: Porque Guerra dos Mundos claramente precisava de uma versão com diplomatas nú. Ah, o Oscar.
- Brenda Dando à Luz o Bebê do Zoltar no Epílogo: Sim, ela termina grávida do irmão do boneco vilão. Romântico.
- Tom Quebrando a Oprah no Final: Porque nada diz "final emocionante" como um cara batendo numa apresentadora com uma cadeira. Classy.
Todo Mundo em Pânico 4 é aquele filme que você assiste quando já viu os três primeiros e tá com um vazio existencial tão grande que até piadas de pênis inchado parecem aceitáveis. Ele tem alguns momentos engraçados (quase todos graças a Regina Hall e Leslie Nielsen), mas a maioria é tão forçada que dói.
É pior que os anteriores? Sim. Ainda vale a pena? Só se você estiver bêbado, chapado ou preso em um voo de 12 horas sem Wi-Fi.
Nota: Ignorem o Todo Mundo em Pânico 5. Sério. Nem o Charlie Sheen e a Lindsay Lohan conseguem salvar aquele desastre.