O cinema permite que assistamos situações fora da nossa realidade como protagonistas. Isso é genial. Aqui, você vai encontrar o advogado E Edward Grey, que aniquila suas secretárias. Ninguém consegue aguentar o gênio impiedoso dele. Contrastando com a infantil e assustada Lee Holloway. que acabou de sair do Hospital Psiquiátrico por tentativa de suicídio.
Lee Hollway nunca quis se matar, ela errou a profundidade do corte. Ela era profissional em se cortar, sabia a profundidade e extensão para não acontecer acidentes. Lee Hollway entende de dor física.
Grey, é tímido, assustado e poderoso. Ele vive tentando despertar uma ternura, cuidando de flores e mantendo tudo organizado. Ele enxerga ternura em Lee, mas ao mesmo tempo sente um desejo pulsante de dominação, que cresce quando percebe que ela não é sua.
Que sorte a dele, de encontrar alguém, pelo qual ele não precisa mudar. Ele pode ser quem ele é, se liberar de todo desejo, e receber em troca desejo. Não se entende como foi construído o desejo dele por ferir, enquanto o desejo de ser ferida de Lee é bem explicado (o pai). Lee encontra nesse relacionamento uma segurança e independência que não tinha. No início do filme, quando ela ensaia um discurso para ser contratada, no espelho ela enxerga essa segurança, enquanto é permitido entender que pelo cenário, ela ainda está preso a sua infância e fragilidade.
O amor que surge do encontro desses dois desejos de violência é por fim, terno.