Na noite de 29 de março de 2008, ocorreu um crime que chocou o Brasil. A menina Isabella Nardoni, de cinco anos, foi jogada do sexto andar do Edifício London, em São Paulo. O crime ganhou contornos ainda mais chocantes quando da descoberta dos assassinos: o pai de Isabella, Alexandre Nardoni; e a sua esposa e madrasta da criança, Anna Carolina Jatobá.
O documentário “Isabella: O Caso Nardoni”, dirigido por Micael Langer e Cláudio Manoel, retrata a história por trás do caso. Como os fatos públicos sobre este acontecimento já são bastante conhecidos pela plateia, a dupla de diretores acaba adotando uma estratégia deveras peculiar para contar a sua versão dessa história.
Em “Isabella: O Caso Nardoni” aparecem muitas visões divergentes, porém predominam algumas críticas e questionamentos, principalmente ao trabalho desenvolvido pela polícia na investigação e à espetacularização promovida pela mídia na época. Sobra até para a perícia, cujo trabalho chega a ser descredibilizado por alguns depoimentos.
Se contra fatos, não há argumentos, o que “Isabella: O Caso Nardoni” não consegue esconder é a verdade: Isabella foi brutalmente assassinada, e aqueles que cometeram este crime foram condenados em um júri popular. Podemos questionar muitas coisas, principalmente sobre a questão da progressão das penas em casos de crimes tão hediondos como esse. Mas nunca devemos prestar o desserviço que o documentário faz durante boa parte de sua duração.