Vento Selvagem: Críticas

Filme lacrador, a história fica forçada demais, acaba estragando o filme por causa das narrativas para lacrar

"Um caso de serial killer, porém esse fato é apenas usado como pano de fundo, onde a questão racial é colocado em primeiro plano. Questões raciais não são o problema, o problema existe, porém não curto quando um assunto vira questões de lacração".

obs.: Trailer engana muito

Um protagonista falho precisa enfrentar as consequências das suas escolhas para fazer o que é certo, a premissa clássica de uma possível boa história. A premissa de Vento Selvagem.

Vusi quer subir na vida, ele quer prover para sua família melhores condições, aceitando qualquer caminho para alcançar seu objetivo. Seu desejo. Sabemos que Vusi precisa aprender.

Vento Selvagem acompanha os parceiros policiais Vusi Matsoso e John Smit, investigadores seniores que tentam ganhar a vida por corrupção ativa. Seus problemas pessoais os levam a trabalharem juntos para melhorarem suas condições financeiras.

A cinematografia é boa em vários momentos. Vento Selvagem é uma história forte, e a direção de imagem tenta mostrar isso.

Mas nada é perfeito. A falta de desenvolvimento do antagonista torna sua jornada insignificante, inexplicável. Tão inexplicável que, no final, o sentimento é de que perdemos alguma cena, algum ponto da história que dê sentido às coisas ditas, aos eventos. Essa falta de desenvolvimento também torna o antagonista desconexo com os eventos principais, quase secundário. Uma pena, porque o antagonista parece ser convincente.

Vento Selvagem é um drama envolvente, lento, que cativa pela premissa e pela temática. Com falhas mínimas, este filme é recomendável se você quer uma história marcante sobre racismo, injustiça e redenção.

Daqui em diante, discutirei cenas importantes que revelam sobre o filme. Spoilers! Estejam avisados.

spoiler: O final é dissonante, quase que explorativo. Um final desnecessário, criado apenas para amargar, para dizer “olhe como este filme é tenso e forte, como este filme é pesado”. Vusi morre. Vusi tinha tudo para poder dar a volta por cima, se redimir, mas morre, sem motivo, sem propósito, sem noção. Até sua esposa diz que espera por ele, mas que ele precisa estar pronto. O arco de Vusi poderia o redimir, mas sua redenção custou sua vida sem apresentar utilidade pelo seu sacrifício. O final poderia ser diferente, mais vivo, Vusi aceitando quem é, batalhando mas de maneira justa. Eu precisava liberar esse desfecho de dentro de mim.

O filme apresenta uma premissa muito interessante no início mas que se perde rapidamente em meio à diversos acontecimentos que não são bem desenvolvidos e nem explicados coerentemente. Durante todo o filme você se sente perdido em meio a informações muito desconexas que não levam a lugar algum. A narrativa principal, que dá o início ao filme, é deixada de lado durante boa parte do enredo, apresentando apenas uma péssima conclusão no fim. O filme apresenta diversas críticas a sociedade de uma forma geral mas que acabam perdendo o sentido pela maneira que são expostas. Personagens fracos e mal desenvolvidos que não agregam em nada e também não relacionam diretamente com o público. Filme lento e arrastado.

Filme fraco, já começa com a inconsistência da vítima no porta malas do carro ficar quieta ou não ser ouvida enquanto há a abordagem policial. Diálogos pobres, atuação meia boca em alguns personagens, péssimo uso de trilha sonora, as ações policiais são do tipo faço o que quero e dane-se o resto, dane-se pistas e provas, outra inconsistência é o caso da mulher do porta malas porque os policiais sabem quem foi o assassino mas está como caso inconcluído pela polícia. Tem a questão da crítica social mas o filme é tão ruim que não vale a pena.

Um policial corrupto que não ouve a vítima gritando no porta malas do carro do estranho que o suborna e um retrato raso do racismo numa comunidade. Poderia ser b melhor

Racismo, corrupção, tráfico de drogas, cárcere privado da jovem que não dá em nada, inquérito policial desastroso, hierarquias policial mal construídas, espiritualidade fragmentada para orientar protagonista ou para tentar orientar o caminho do filme, ocultação de provas no inquérito, e por fim, o psicopata. Esse filme que parecia ser bem construído, mas se perde em excessos como um policial vendendo drogas para um traficante que tem reputação ou apresentar o dinheiro corrupto a mulher, ou, a assinatura do suspeito com um x( depois de ver a morta declamando uma poesia na cela), o "policial do mal" considerá-lo culpado. Quem fiscaliza os dois policiais? Onde fica a corregedoria já que os dois são corruptos há um bom tempo? Onde está o Ministério Público diante de mais um caso de assassinato? O melhor é quando o protagonista vai em busca do psicopata e toma uma surra dele, mesmo armado até os dentes. O filme mais parece comédia embora seja um drama policial.