Eu não vou mentir: A Garota da Vez me pegou. Saber que a história de Amy é baseada em fatos reais só torna tudo ainda mais impactante. Não tem como não se arrepiar com a força dessa mulher, que foi colocada em uma situação aterrorizante e ainda assim conseguiu usar a cabeça, a coragem e uma estratégia impecável pra sobreviver. É o tipo de filme que me deixa de coração cheio por ver uma mulher sendo retratada como heroína da própria história — porque é isso que Amy foi.
Amy não é pintada como uma vítima indefesa nem como uma super-heroína inatingível. Ela é real, com medo, dor, mas também com inteligência e muita sagacidade. A maneira como ela manipula o algoz e vira o jogo é brilhante. Ver aquela cena final, em que ela escapa de maneira tão calculada, é o tipo de coisa que faz a gente querer levantar e bater palmas.
Agora, deixa eu falar uma coisa que esse filme me fez refletir e que precisa ser dita: quantos desses serial killers na história só escolhem mulheres como vítimas? Quantos deles são tratados como “doentes”, enquanto o que são, de verdade, é machistas covardes? Esses caras, no fundo, são frutos de uma sociedade que insiste em colocar mulheres como alvo fácil, como inferiores, como descartáveis. A Garota da Vez joga isso na nossa cara ao mostrar que, mesmo diante de todo o terror, é Amy quem tem que lutar e sair sozinha da situação.
O filme cumpre bem o papel de exaltar a força feminina e expor essas verdades amargas, mas confesso que senti falta de uma crítica mais direta ao sistema que permite que esses monstros existam e ainda os romantiza como “mentes perturbadas”. Não, eles não são gênios do mal. São covardes, ponto final.
No fim, A Garota da Vez é um grito por justiça e um lembrete de que mulheres não são vítimas passivas. É sobre inteligência, resistência e, acima de tudo, coragem. Amy é uma inspiração, e o filme merece ser visto e discutido.