*Apresentação*
Em vez de um comentário simples e minha classificação, terei que fazer uma crítica — mesmo não tendo experiência e sendo leigo sobre o universo do cinema.
Em meio a tantas polêmicas e burburinhos, tive a oportunidade de assistir ao filme via Stremio. Emilia Pérez, dirigido e escrito por Jacques Audiard e companhia, nos joga ao México, mesmo sendo gravado em grande parte na França e com nomes na produção majoritariamente franceses (Além disso, adiciona-se a fotografia amarelada-alaranjada de praxe de grande prazer para o corpo Hollywoodiano).
Nas premiações cinematográficas, Emilia Pérez, comprado pela Netflix, saiu arrastando vários prêmios e indicações para si, como agora no Oscar de 2025. Além de ser um drama, ele decide ser um musical, que promete suposta ousadia.
*Trama e análise rápida*
Sua premissa é a seguinte: A inescrupulosa advogada criminal Rita, bem composta por Zoë Saldaña, é requisitada para um trabalho diferenciado que é ajudar na cirurgia de redesignação sexual de um dos maiores nomes dos cartéis mexicanos, Manitas — interpretado por Karla Sofía Gascón. Indo a Bangkok e por último à Tel Aviv, Rita consegue cumprir seu trabalho e conhece outra pessoa, a esposa de Manitas, Jessica, atuada pela Selena Gomez.
Após isso, Manitas forja sua morte e manda sua família à Suíça com o auxílio de Rita. Em Londres, a advogada reencontra esse alguém conhecido, que agora se chama Emilia Pérez. Ela recebe outro pedido, levar a família de Pérez de volta ao México. Tendo o feito, Jessica e seus dois filhos ficam na casa de Emilia, que se apresenta como uma suposta prima de Manitas — algo rapidamente aceitado por sua esposa?
Em outros desenrolares a mais, Emilia convence de Rita de continuar no México e as duas entram em um plano. Elas planejam a criação de uma ONG, cuja proposta é ajudar as vítimas e suas respectivas famílias do crime organizado (como o outrora chefiado pela protagonista ironicamente), nomeada La Lucecita.
Também no segundo ato, encontramos uma dinâmica entre Emilia e Jessica. Ambas se direcionam a outros caminhos do amor, a primeira com a mãe de uma vítima amparada pela ONG, Epifanía, feita por Adriana Paz, e a segunda com Gustavo, feito por Édgar Ramírez. Ao Emilia descobrir o relacionamento da Jessi com Gustavo, contraditoriamente, se irrita e elas entram em uma desavença esquisita.
Dentro disso, Emilia é sequestrada e torturada. A quantia para o resgate é falada à Rita e, em seu terceiro ato, o filme nos puxa para advogada lutando pela vida da sua amiga e descobrimos que a mandante do sequestro foi Jessica.
Em um emaranhado de tiros, a mesma descobre que Emilia é seu antigo marido. Tentando se desvencilhar do que fez, Jessi entra em um conflito com Gustavo com o carro se movimentando e sua esposa no porta-malas. No final, todos morrem. Rita lida com seu luto e o México decide fazer de Emilia uma santa.
*Minha impressão*
Não faço parte de nenhuma imprensa ou comunidade de escrita, e sou apenas um adolescente. Mas vejamos minha opinião acerca da obra. Já declaro ela estar completamente influenciada por discursos e histórias polêmicas que se adicionam à mise en scene do filme e com camadas profundamente errôneas encontradas no longa.
Tendo uma proposta de ser um musical, já alego, que ao meu ver, obteve uma queda galopante e apenas pequenas partes se salvam (como o sonhado experimentalismo musical), apesar de ter sido possível resultados bons. Ou vemos as personagens sussurrando muito nas músicas ou uma letra penosa e vergonhosa como em La Vaginoplastia ou uma contenção forçada do que poderia se explodir e se transformar em algo escutável.
Sua trama, que tem uma base interessante, se desmancha na superficialidade e na escassez de qualidade, desperdiçando o talento de Zoë, a solidez de Karla e os talentos musicais de Selena que deveriam ser mostrados.
Aqui a transexualidade se torna um escape, não uma identidade humana. Tenta-se nos enfiar goela abaixo uma mudança divina no comportamento de Emilia, e ainda somos expostos a uma das músicas, que reafirma a cosmovisão de que Emilia ainda é um homem, que uma cirurgia que nem essa feita é uma recreação aos homens.
Acrescenta-se nesse ambiente o México que é deixado de lado, que agora é na França, e sua cultura e língua são inferiores e horríveis de acordo com Jacques. Se é representatividade que se espera, prometo que vai ser difícil achá-la, como a presença de Adriana Paz mal executada pelo roteiro.
Só se vê uma história sendo traçada rapidamente, sem preocupação, com um musical que finge ser ousado e diferenciado, mas é fraco. Não é inovador, nem revolucionário como poderia ser e ainda insisto nessa afirmação. O Oscar o nutre estupidamente.
Gostaria de falar mais sobre as polêmicas e como negativo mais fica esse filme com isso, porém paro esse texto com um ponto de vista ligeiro e de um jovem ocioso.