Val: Críticas

Muito bom documentário sobre o astro Val Kilmer! Mostrando suas mazelas e brigas e mais brigas em sets e vida pessoal, boa abordagem e filmagens feita pelo próprio Val e sua própria narrativa. Vale a pena conferir.

Ao longo de sua vida, desde a infância até a idade adulta, o ator Val Kilmer teve o costume de documentar a sua rotina pessoal e profissional. As suas imagens de arquivo, ricas na maneira como nos proporcionam a aproximação, não só com o seu eu mais íntimo, como também com sua forma e método de trabalho, são o eixo emocional e narrativo do documentário "Val", dirigido por Ting Poo e Leo Scott, em que o ator fala sobre si mesmo, suas angústias e suas dores.

Neste sentido, podemos perceber que "Val" suscita uma autoreflexão importante sobre o ofício do ator e sobre um homem que tem a sua própria dose de complexidade.

Catapultado para a fama em "Top Gun - Ases Indomáveis", Kilmer viveu, na década de 90, o momento áureo de sua carreira, em filmes como: "The Doors", "Amor à Queima-Roupa", "Tombstone - A Justiça Está Chegando", "Batman Eternamente", "Fogo Contra Fogo" e "A IIlha do Dr. Moreau". Como ator, ele realizou seu sonho de menino (interpretar o Batman) e, embora não tenha trabalhado com os diretores que gostaria, dividiu as telas com nomes como Michael Mann, Oliver Stone e seu ídolo Marlon Brando; e percebeu que, para ter os desafios que gostaria, enquanto ator, ele precisava viabilizar os seus próprios projetos.

Do ponto de vista pessoal, um filho presente e admirador dos pais e seus planos; um irmão que vivenciou a arte também como uma forma de prestar tributo ao seu falecido irmão Wesley; e um pai que, embora não tenha tido um relacionamento que deu certo, conseguiu, junto com a sua ex-esposa (a atriz Joanne Whalley), criar filhos amorosos e parceiros (Jack narra e co-produz o documentário, ao lado da irmã Mercedes).

"Val" é um documentário comovente, em diversos momentos. A sensação que me passou foi a de que o filme nos pretende deixar com a sensação de que Val Kilmer deseja ser, finalmente, compreendido como ele é de verdade: como um homem da arte, pela arte, para a arte. Este é um documentário sobre (re)descobertas, sobre (re)invenção e sobre (re)encontrar a sua verdadeira voz - mesmo quando ela não está presente (caso de Kilmer, que sofre com os impactos de uma traqueostomia feita durante o tratamento contra um câncer na garganta).