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Josmar D.
13 seguidores
56 críticas
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5,0
Enviada em 25 de novembro de 2013
nunca me canso de assistir esse filme, ele faz parte de minha coleção de clássicos já faz uns 2 anos e devo te-lo assistido umas 4 ou 5 vezes . esse filme tem um colorido diferente . . . assim como todos os filmes coloridos de CECIL B. DEMILLES . não é só a imagem e o colorido que me chama a atenção e sim a bela atuação dos atores e atrizes. . . enfim a história do filme em geral. nunca tive o prazer de assistir um espetáculo num circo do calibre desse filme ,quando eu era pequeno as vezes ia no circo mas era um cirquinho de nada . . . num terreno de 24 por 30 . O MAIOR ESPETACULO DA TERRA só esse filme pode me apresentar porque infelizmente o circo esta acabando.
Trata-se de um filme velho ou de um antigo filme? Depois de ter feito um estrondoso e demolidor sucesso com Sansão e Dalila, DeMille tendo encaixado um lucro substancial, (e isto apesar das críticas impiedosas), resolveu inovar. Ele usou o pacote completo. Um elenco que estava na moda (menos Heston que ele lançou com estardalhaço), a colaboração de Victor Young e um technicolor sem pretensão artística que só fez o seu papel de colorir linda e fortemente as cenas. Por que um velho ou antigo filme? Simplesmente porque DeMille resolveu filmar um reality show, retratando os anos pós-guerra, ao mesmo tempo um documentário - ele não resistiu ao seu truque de substituir os antigos letreiros do tempo do mudo por sua voz de radialista, um pouco cansada, mas clara e bela - e um melodrama com, não triângulo mas retângulo amoroso, recheados com cenas bem filmadas de acidentes e descarrilamento. Antigo e "velho" porque vemos a moda da época com as mulheres permanenteadas (e certamente fedendo a amoníaco, como minha saudosa mãe quando chegava toda crespa do salão), os ternos dos homens com tecido suficiente para fazer três hoje em dia. Os trajes femininos do circo com o maiô pudibundamente chegando ao meio das coxas e os dos homens disfarçando as protuberâncias. Exceto Dorothy Lamour que vestida de lua afasta os babados da saia e mostra um maiô bem cavado exibindo as curvas de suas ancas. Além disso seu shortinho branco de cintura alta serviu certamente como modelo a muitas funkeiras. Infelizmente para DeMille este foi um dos últimos filmes rodados em technicolor de três bandas. Já no ano seguinte aparecia o Cinemascope com as câmeras usando o Eastmancolor surrupiado ao alemão Agfacolor, rejeitado ao domínio público como punição depois da guerra. No seu próximo filme, De Mille utilizaria o VistaVision que não necessitava de lente anamórfica pois o filme de 35mm passava deitado na câmera dando o formato wide-screen diretamente. Mas, por enquanto, era technicolor et tela 4:3. Uns 15 anos depois, a Paramount iria re-emoldurar o filme em 70 mm. O technicolor era tão bom que ficou tão nítido quando em tela pequena. O elenco tinha sido escolhido com esmero. Heston começava a ser conhecido pelos filmes série B e aparições na nascente televisão. Cornel Wilde era um ator conhecido, tinha seu público feminino garantido mas tinha medo de subir no meio fio da calçada pois sofria de uma vertigem aterrorizante e teve que ser dublado em algumas cenas. Betty Hutton tinha um entusiasmo contagiante e reanimaria toda uma UTI de comatosos com seus sorrisos e caretas. Gloria Grahame aceitou um papel a “contra emprego”. Sendo uma atriz dramática, virou então uma domadora de elefantes de vida airosa. Dorothy Lamour nos últimos lampejos de sua juventude, deu uma nota marota ao filme. Seu número havaiano com o James Stewart dançando com a graça de um boneco de posto de gasolina, virou cena cult. Stewart aparentemente se divertiu muito com o filme. O “resto” do elenco, tirando o vilão alemão domador do elefante Miniak, era composto de artistas do próprio circo, meio desajeitados perante as enormes câmeras. Achei que DeMille deixou as rédeas frouxas desta vez e à parte suas intervenções narrativas, ele não forçou muito os atores. Vejo mal o Cecil plantando uma bananeira ou pulando na cama elástica para mostrar como se faria isto. O reality, documentário e melodrama finalmente deram certo juntos e o filme agora passa sempre na TV em dias de festa. Na TV, porque os cinemas com telas gigantes e equipados não mais existem. Finalmente o diretor ganhou o Oscar do melhor filme e me lembro de ter visto no Youtube a Mary Pickford toda ensaiada e mal esticada entregar o Oscar, roubando totalmente a cena. Toda uma época. O technicolor flamboyant, os “cameos” na plateia e o Circo que morreu de sua própria morte. Restou o filme.
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