Em Sedenta de Sangue , a cineasta canadense Amelia Moses cria uma obra que mistura elementos do terror com uma abordagem psicológica, lembrando, de maneira direta, Grave (2016) de Julia Ducournau. A trama segue Grey (Lauren Beatty), uma cantora vegetariana que, após aceitar uma oferta para gravar um álbum isolada na casa de seu produtor Vaughn, começa a experimentar pesadelos perturbadores e, eventualmente, descobrir suas tendências canibais, revelando uma conexão sombria com o próprio produtor, que também é parte de uma linhagem de lobisomens.
O filme transita entre dois possíveis caminhos de interpretação: como um horror psicológico centrado no mito do lobisomem ou como uma metáfora para a obsessão artística, semelhante a Cisne Negro (2010), onde a busca pela perfeição leva a personagem a consumir aquilo que é superior a ela. Embora a direção de Moses seja eficiente ao criar uma atmosfera sombria e intrigante, o filme se perde ao não entregar o nível de tensão e terror esperado dentro do gênero. A violência é sugerida mais do que mostrada, deixando a maior parte do suspense nas mãos da imaginação do espectador.
Apesar de uma fotografia competente e uma proposta interessante, Sedenta de Sangue falha em criar um impacto duradouro. As atuações, embora sólidas, são pouco memoráveis, e a trama, que mistura terror e drama psicológico, não consegue atingir o mesmo nível de complexidade ou visceralidade que outras obras mais refinadas, como Grave. No fim, é um filme que entretém, mas não oferece uma experiência verdadeiramente aterradora ou inovadora, ficando aquém das expectativas que sua premissa poderia despertar.