A fusão química entre astros de ação e ícones da comédia já foi incansavelmente repetida por Hollywood, com deslanche na década de 90. Tomemos como exemplo MIB: Homens de Preto (Tommy Lee Jones & Will Smith) e Showtime (Robert De Niro & Eddie Murphy). O primeiro exemplo é prova de que essa heterogeneidade pode resultar em uma produção de qualidade e da mesma forma divertida. Quanto ao segundo exemplo nos mostra o quão cliché e, muitas vezes, desnecessário um blockbuster pode ser. Se for satisfatório ou não, isso depende de cada espectador em particular.
Bad Company não possui nada de especial, nada novo. Uma típica comédia policial que passaria repetidamente em sessões da tarde ou no Corujão da Rede Globo. A fórmula entre ação e comédia pode até ter funcionado, mas apenas até certo ponto.
Anthony Hopkyns com toda sua bagagem de ator excepcional não prejudica, mas também não acrescenta em praticamente nada na produção do filme. Ele pode arriscar atuar em um filme desse gênero, mas não importa, sempre olharemos pra ele e veremos Hannibal Lecter. Visto o resultado de seu papel em Bad Company só nos deixa aquela velha pergunta: porque um ator como esse assinou um roteiro assim? Obviamente pelo cachê exuberante ou apenas pela “diversão” de participar de um filme do gênero.
Chris Rock não entrou no personagem, apenas personificou quem ele realmente é. Quem conhece a série Everybody Hates Chris reconhece de longe as referências que o ator carrega consigo – ícones do Hip Hop (novamente ondas de Run DMC), o típico sarcasmo “brooklyiniano” e trocadilhos – em muitos momentos desnecessários – que apenas os bons cidadãos de Nova York conseguirão captar.
Com um vilão sem sal e nem pimenta interpretado por Peter Stormare, Bad Company possui um roteiro fraco e medíocre. O que salva são poucas piadas com um bom timing e suas eletrizantes cenas de ação (numa produção de Jerry Bruckheimer sempre haverá as melhores perseguições, as melhores trilhas “originais” e deslocamentos perfeitos de câmeras em cenas de acidentes, tiroteios e explosões). Joel Schumacker talvez tenha em mãos um de seus melhores filmes (visto que a lástima de Batman Forever e Batman & Robin nem merecem ser lembradas e Por Um Fio é brilhante demais pra ser comparado aqui). Não surpreende, mas também não é inaceitável.
Divertido. A palavra que melhor se encaixa a Bad Company. Uma boa opção para se assistir num final de tarde após um longo dia de trabalho. Apesar de não carregar consigo boas doses de inteligência, é um filme que agrada aqueles que não têm muito a esperar dele. Então prepare a pipoca, se estire na poltrona e se entregue a proposta do filme: apenas uma boa diversão.