Em uma conversa recente entre amigos sobre cinema, fui surpreendido com a seguinte pergunta: "Mas como você ainda não viu 'A Força do Destino'?". A pergunta me pegou de surpresa porque nunca dei muita importância ao filme, apesar dele ser bem conhecido e já ter sido exibido inúmeras vezes pela Globo. Foi justamente por desinteresse e falta de oportunidade - leia-se coisas melhores a fazer - que nunca havia visto o filme. Mas a pergunta ficou martelando na minha cabeça até que, enfim, consegui assisti-lo num dos canais do Telecine. "A Força do Destino" é um bom filme, mas ainda assim nada de excepcional. Na verdade ele tem vários clichês de outros filmes, facilmente percebidos por quem tem um pouco de bagagem cinematográfica. A disputa entre um instrutor durão e seus comandados, clássica em filmes que falem sobre o aprendizado nas forças armadas norte-americanas, é um deles. Um jovem rebelde tentando se enquadrar nas rígidas normas da Marinha também não é novo, como se pode ver em "Top Gun" (apenas substitua a Marinha pela Aeronáutica). Com isso muito do filme acaba sendo previsível, sendo que a parte mais interessante é o relacionamento entre Lynette e Sid, um caso clássico de maria-chuteira onde sai o jogador de futebol e entra o aspirante a piloto. Em relação às atuações o filme também não traz nada de excepcional. O melhor do elenco é Louis Gossett Jr., que tem uma boa atuação em muito auxiliada pelo seu bom porte físico, mas que ainda assim não merecia o Oscar de melhor ator coadjuvante. Debra Winger, outra indicada, também não chega a brilhar, com sua personagem sendo na verdade coadjuvante na história. Richard Gere é outro que está apenas correto. No geral "A Força do Destino" é um filme que entretém ao longo de sua duração, mas que tem como seu único ponto alto a bela canção "Up Where We Belong", vencedora do Oscar. Nada que justificasse o espanto da pergunta sobre o porquê de ainda não ter visto o filme."