Sim, é um clássico, daqueles que quem nunca viu não sabe o que é bom no cinema, principalmente nos seus primórdios da era sonora e colorida. Aqui temos o eterno Galã de bigodinho fino e um suspeito mal hálito Clark Gable, uma sexy e brava Vivien Leigh e uma atriz com uma grande doçura em seu personagem Olívia de Havilland. Um filme de 4 horas de duração, muito antes dos extensos Senhor dos Anéis e Titanic. Este é um filme datado que fica bem claro na primeira cena, ou seja, está bem além do nosso tempo. Assim, com um cinema que ainda engatinha sobre como se falar no cinema e como se aproveitar das cores que agora se pode captar na película, temos uma atuação bem expressionista (alias muitas cenas remetem ao cinema alemão com seus closes nos olhos e uso de sombras), além das expressões corporais um tanto exageradas ainda restos de um cinema mudo. Também temos atrizes e atores que tem vozes estranhas e tentam lutar com a modernidade de se falar nos filmes. A fotografia e o figurino do filme é maravilhoso, digno de quadros, também os efeitos especiais das cenas são bem modernas para a época. A edição deixou um pouco cansativa para os dias de hoje um filme tão longo sendo um drama de velocidade lenta, mas novamente temos que considerar que estavam aprendendo sobre o que valia a pena. O roteiro bem estruturado perde um pouco no seu final quando as ações se sobrepõe num conjunto de desgraças que não tem um fim. Mesmo assim, é um filme muito bom para se ter na videoteca e relembrar como eram feitos os filmes de amor da década de 40 que gerou cerca de 3 bilhões de dólares de lucro pelo mundo.