Normalmente, no cinema, a gente vê histórias em que há o conflito entre o bem versus o mal. Este não é o caso de "Eu Me Importo", filme dirigido e escrito por J Blakeson. Poucas foram as vezes em que eu assisti a um filme com personagens tão inescrupulosos.
No filme, Marla Grayson (Rosamund Pike) construiu toda uma rede - que envolve profissionais da medicina e do ramo imobiliário - para aplicar golpes em clientes da terceira idade. Os golpes que ela aplica, na verdade, são até respaldados pela lei norte-americana. Ela aproveita uma brecha legal para declarar idosos como incapazes e, assim, se apropriar de todos os bens que eles possuem.
"Eu Me Importo" enfoca justamente o cruzamento da trajetória de Marla com a de Jennifer Peterson. O que seria mais um golpe perfeito (afinal, Jennifer é solitária, não possui herdeiros e tem bens consideráveis) acaba se revelando como um enorme risco a tudo aquilo que Marla e sua parceira (Eiza Gonzalez) construíram.
O nome do filme é "Eu Me Importo". Ele ilustra o slogan que Marla adota para seus negócios, uma vez que ela diz que a qualidade dela é se importar demais com as pessoas. Na realidade, Marla só se importa com seu próprio umbigo. Esse seu egocentrismo e a certeza da impunidade de seus atos são reforçados em cada cena do longa - e incomoda demais. Não consegui me conectar com nenhuma destas personagens.
Além disso, o roteiro de "Eu Me Importo" é extremamente problemático. Chega um momento em que o filme perde totalmente o contato com a verossimilhança. E, a partir desse momento, o longa vai ladeira abaixo. Não existe limite na história criada por J Blakeson.