Joe Bell: Críticas

Um bom filme. Resumido e direto ao que se propõe, lembra uns elementos de Orações Para Bobby, mas de forma bem supercial. O foco nesse roteiro é outro, só fica um pouco a necessidade de ir mais a fundo em algumas questões, mas nem por isso perde sua intensidade e exercício de reflexão. Esse é o ponto, nos fazer refletir em choque com toda a história e as duras e verdadeiras palavras do coadjuvante. Triste.

Os diferentes fatores que envolvem a convivência em sociedade, formada esta por elementos óbviamente diferentes entre si uma vez que a identidade de cada pessoa é única, geralmente são discutidos colocando-se a ênfase em um determinado aspecto, como se este fosse independente dos demais. Vários desses fatores são mostrados neste filme de maneira a se identificar claramente seus pontos de intersecção. Assim, mesmo vivendo em uma época distante dez anos daquela que se mostra e vendo que hoje a intensidade das reações a um ou outro desses aspectos já está mais amenizada, não há a possibilidade para o espectador de não se identificar com comportamentos seus, passados ou presentes, que atualmente consegue entender como reprováveis, com o consequente sentimento de culpa sufocado por um certo grau de hipocrisia. Qualquer discussão sobre a produção do filme fica em segundo plano em vista da importância social do que apresenta, porém há que se destacar que o sofrimento do pai e a sua dificuldade em promover mudanças pessoais toma o protagonismo em detrimento mesmo do mais importante que é o insuportável da vida do filho. Confesso que, após ter visto o filme, tive uma noite de sono não muito tranquilo.