Notre Dame: Críticas

Ele é engraçado e mostra que a vida pessoal pode sim atrapalha a vida profissional e que quando o casamento acabar devemos deixar nossos ex-companheiros serem livres

(Insta: @cinemacrica): Maud é uma parisiense de rotina comum. Mãe solteira de dois filhos, também trabalha num modesto escritório de arquitetura. O marasmo da vala cotidiana comum é preenchido quando seu projeto de urbanismo ganha o concurso de revitalização da área próxima a catedral de Notre Dame. A partir daí, processos estagnados, sobretudo os pessoais, não só se aceleram como entram em conflito.
O apelo à comédia não demora muito para apresentar o cartão de boas vindas. Junto dele, vem também a proposição de que o discorrer dos episódios seguirá o tom fantasioso. E assim acontece "Notre Dame". A fórmula não é nova, inclusive já foi bem aproveitada e promoveu boas obras. Dessa vez, não foi bem o caso. O imaginário criativo é perfeitamente cabível, mas deveria ser acompanhado de mecânicas cômicas inteligentes. A aposta da diretora e também protagonista Valérie Donzelli recai sobre a artimanha de colocar luz sobre fatos que sabemos ser incongruentes: o ex-marido que dorme em sua casa e abre, nu, a porta para um affair da ex-esposa, a advogada amadora que conduz o caso de forma atrapalhada. Com algumas exceções, como as cenas em torno da polêmica do projeto quando exposto ao público, o padrão é não entreter.
Em paralelo corre o romance, que poderia ser um elemento diferenciador, mas o apelo demasiado à fantasia e o alto investimento na parcela cômica inibem qualquer bom desenvolvimento nesse sentido. Como resultado, o enredo não proporciona a sensação de conforto afetivo comuns às comédias dramáticas.
Entre raros risos contidos e envolvimentos amorosos conturbados, é um filme que entrega o básico.