Após 24 anos, sai do papel o projeto para Gladiador 2. A direção segue na mão de Ridley Scott e roteiro de David Scarpa e Peter Craig. O longa teve duas missões: explorar o lado comercial da franquia e manter a excepcional qualidade do primeiro filme. Dito isso, a trama se passa 16 anos após os eventos do primeiro filme e acompanha a vida de Lucius (Paul Mescal) que estava fazendo sua vida no anonimato (inclusive usando nome não romano) e se vê perdendo esposa e amigos num conflito contra as tropas romanas. Aprisionado é feito de gladiador numa Roma turbulenta agora governado pelos irmãos Caracala (Fred Hechinger). A problemática do filme é a ascensão da ganância e de poder dos imperadores diante do senado romano e sua mãe, Lucilla (Connie Nielsen) procura reviver o antigo sonho de seu pai, Marcos Aurélio. As premissas do filme são boas, e a escolha de não perder tempo no primeiro ato para explicar com detalhes a situação política de Roma é acertada. Porém, o filme tropeça em mudanças de focos narrativos, enquanto o filme gasta bons minutos de tela para fazer Lucius um grande gladiador, desenvolvendo bem os personagens, perde-se tempo de tela fora da arena e acaba desperdiçando a ação que se esperava do filme, O que salva é que boa parte dessas intrigas fora da arena é protagonizado pelo vilão Macrinus (Denzel Washington) que consegue sustentar a narrativa. Outro ponto são as cenas de flashback com imagem do primeiro filme que não se conectam nesse. No geral, é um bom filme, mas que fica a sombra do primeiro e deixa uma sensação que poderia ser um pouco melhor diante do orçamento e tempo que tiveram para desenvolver essa obra.m