O Trem do Natal: Críticas

O filme retrata a época de natal como uma época de amor, solidariedade, perdão, descobertas, e muito mais. "O Trem Do Natal" é um filme pouco conhecido, mas se você está com vontade de ver um filme tranquilo, bonito, estilo "sessão da tarde" que retrata uma história de amor clássica, este é o filme para você.

A história é sobre um escritor que, na época de Natal, iria fazer uma viagem de trem que passaria por quase todos os Estados Unidos, indo de Washington a Los Angeles, onde a sua namorada estaria o esperando. É simplesmente isso! A história é simples, é básica, e é bonita.

O personagem principal é Tom Langdon, interpretado, e muito bem interpretado, por Dermot Mulroney. Depois, somos apresentados a mais dois personagens, que já estão no trem, o diretor, Max Powers, interpretado por Danny Glover, e a sua roteirista, Eleanor Carter, interpretada por Kimberly Williams-Paisley. Ficamos então a saber que Eleanor é ex-namorada de Tom.

Ao longo desta introdução, o filme também nos apresenta aos outros personagens, cada um com suas próprias características. Temos a vidente, o casal apaixonado, o barman, o homem que trabalhava com trena, o viúvo, e a vizinha de cabine intrometida.

Assim, temos arcos de cada um deles com o personagem principal, ou melhor, os três personagens principais. Todos eles têm diálogos uns com os outros, e são estes diálogos que nos fazem conhecê-los melhor, e não de uma forma forçada, como se o roteiro estivesse apenas enfiando diálogos a toa no meio do filme. Não, é algo muito natural, e necessário para o fluxo do filme, porque não somos apenas nós que estamos conhecendo os personagens, mas também o protagonista.

E agora, tendo mencionado os diálogos, vamos falar sobre eles. Cada um cuidadosamente pensado. Alguns são um pouco mais simples e genéricos e outros mais bem escritos e poéticos. E são estes diálogos que levam o filme, sendo a sua principal base.

O filme aborda um tom mais leve, mais delicado. Uma história que poderia se perder no "Não tenho o que fazer", mas que consegue ser levada de uma forma muito cuidadosa e bonita, com os seus cenários natalinos, a sua trilha sonora mais calma, composta também por clássicos de natal... definindo realmente esse clima e tom natalino. Por mais que o roteiro não seja tão inspirado, o filme leva-nos pelo seu tom.

Os seus cenários que são exibidos nos cortes ou nas cenas ao ar livre também são bonitos, mostrando desde as florestas e árvores dos EUA, até às cidades mais urbanas com decorações natalinas... tudo muito bem feito.

Para não dizer que o filme é perfeito, ele pode te perder por alguns minutos, especialmente no primeiro ato. Há também um ou dois personagens que podem parecer involuntários ou que foram mal explorados. E também pode parecer falta de explicação para as ações de um certo personagem, mas honestamente, essas coisas raramente me incomodaram.

E agora para falar sobre as atuações, Dermot Mulroney é ótimo no papel do protagonista, trazendo a calma e clara falta de rumo do seu personagem. Kimberly Williams-Paisley também é boa e demonstra um grande carisma. Danny Glover é ótimo, e o papel que interpreta neste filme é perfeito para ele... ele deixa as pessoas desconfortáveis com a sua grande sociabilidade. Para explicar melhor, ele faz e diz coisas que deixam as pessoas desconfortáveis e as colocam em situações delicadas. Delicadas, porque são questões mais sérias e profundas, e isto é muito perceptível quando se vêem as expressões desconfortáveis dos outros, enquanto ele está apenas com um sorriso no rosto, puxando conversa. Isso faz dele ser a cola de toda a história, já que metade dos arcos criados pelos personagens são por causa dele, e estes momentos de aproximação das pessoas, proporcionados por ele. Joan Cusack, como sempre, está incrível no papel... talvez seja porque gosto muito dela, mas se pode ver o esforço e o cuidado que a atriz põe na sua personagem. Porque às vezes se pode entender o que ela está pensando apenas com uma expressão. Alguns podem pensar que a forma como ela interpreta a personagem é um pouco caricatural, mas eu não penso assim, penso que esta forma diferente dela beneficia realmente o contexto da história, porque estão todos juntos e felizes num trem que atravessa os EUA, na época de natal, e estas expressões de contentamento, alegria e compaixão que a atriz faz, são perfeitas para caber nesta história de Natal!

Bom, adorei o filme, não é muito longo, é bom para ver com a família, é divertido, é bonito, e é muito tranquilo, dentro do contexto do Natal. O final não é perfeito e algumas pessoas podem não o "engolir" tão facilmente. Outros podem não gostar porque pode parecer lento ou sem uma grande e inspirada história para contar, então vai por gosto próprio. "O Trem Do Natal" não é perfeito, e tem as suas inconsistências, mas apresenta uma história romântica, simples, que nos mantém prendidos por seus ágeis, porém simples, diálogos, os seus personagens intrigantes, e o seu leve tom.

Obrigado!