Média
3,5
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11 Críticas do usuário

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4,0
Enviada em 18 de abril de 2019
Filme singelo e profundo que em tema me lembrou muito o ótimo Arábia de 2017, ao refletir sobre o viver e qual o sentido da existência, através da relação dos protagonistas de ambos os filmes com seus empregos nada desafiadores, laborais e cansativos. Sem a perspectiva de uma promoção ou simplesmente que algo empolgante aconteça, o que resta é o que fazer da vida com o pouco dinheiro que ganham.

A princípal diferença entre os filmes é que, em Temporada, a retratação do meio em que a trama acontece é primordial para o seu desenrolar. Os escritos nas paredes descascadas, o lixo nas ruas, o comércio de bairro e detalhes da nova cidade em que a protagonista chega são captados em longos planos abertos que, com o olhar técnico e apaixonado do diretor, conferem a esse cotidiano uma beleza simples e cheia de ternura. Esse registro realista faz com que seja impossível que o cidadão médio brasileiro de qualquer parte do país não se identifique.

Mesmo sendo um roteiro simples, sem grandes reviravoltas e retratando basicamente as penurias pelas quais a protagonista passa, a história mantém-se envolvente até o final, pois há um interessante desenvolvimento de personagem. O único ponto negativo que encontro aqui é que foi tentado passar uma camada intimista para a personagem, através de contestações sobre ela falar pouco, mas acaba não explorando essa característica, ficando um elemento solto na história
4,0
Enviada em 30 de outubro de 2019
Vencedor do prêmio de Melhor Filme no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Temporada, longa dirigido e escrito por André Novais Oliveira, está totalmente centrado na figura de sua personagem principal, Juliana (Grace Passô), e está totalmente empenhado, principalmente, em nos retratar um período de mudanças pelas quais ela está passando – transformações essas que terão um impacto em sua vida e na pessoa que ela é.

Quando o filme começa, Juliana está se mudando de Itaúna, uma cidade do interior de Minas Gerais, para a periferia de Contagem, onde ela começa a trabalhar como agente de endemias da prefeitura local. A mudança de emprego significa, além da transferência de cidade, o fato de que Juliana deixará para trás seus familiares mais próximos e o seu marido, que continuará em Itaúna até que o aviso prévio de demissão de seu antigo emprego termine.

Desta maneira, Temporada nos faz acompanhar Juliana na modificação de sua rotina, ou seja, nas novas pessoas que farão parte de sua vida, na adaptação à sua nova atividade profissional, nos desafios de uma vida sozinha numa cidade em que ela não tem nenhuma rede de apoio, na solidão de seus momentos quando ela está no aconchego de seu lar e na apreensão dela para que chegue o instante em que ela, finalmente, se sentirá em casa – e em como ela identificará que ela não ficará, temporariamente, em Contagem…

Por isso mesmo, chama a atenção em Temporada uma decisão estética do diretor e roteirista André Novais Oliveira. Quase que na totalidade das cenas, a câmera adota uma postura estática, sempre fixada em alguém (na maior parte das vezes em Juliana), como que para enfatizar toda a montanha russa emocional que estas personagens vivenciam. Isso nos dá a sensação de que o filme é um tanto anticlimático, principalmente porque, nos momentos em que as personagens se encontram mais vulneráveis, o foco sempre está neles, sem alternância de visões narrativas. Entretanto, isso não faz de Temporada um filme ruim, pelo contrário… É uma das pequenas pérolas escondidas na Netflix, com atores que parecem gente como a gente (por isso que embarcamos por completo nessa história), e que ainda nos apresenta a uma atuação arrebatadora de Grace Passô.
4,0
Enviada em 12 de maio de 2023
Mais um filme brasileiro que mostra nua e crua a realidade da periferia e muito bem mostrada com um elenco bem dirigido e um roteiro redondo. vale a experiência.
4,0
Enviada em 6 de maio de 2020
Pena que esse filme ñ teve uma distribuição melhor, ele merecia tá em todos os cinemas do Brasil (só tive contato com ele graças a netflix). Filme focado na protagonista Juliana e seu novo emprego: combate a endemias. Ela tá num momento da vida de mudanças, sendo retratado no filme de forma sensível e simples.
4,5
Enviada em 5 de agosto de 2021
Poxa, é um filme e tanto, os diálogos são impecáveis, muito realistas! A sensação que dá é que você está mesmo espiando uma vida cotidiana. E como uma vida cotidiana, é isso, é sobre o ordinário, não o extraordinário, não espere adrenalina, forte emoções, quebra de expectativa, apenas aprecie este momento, com uma bela direção e interessante direção de arte, atente-se a todos os detalhes em cena, escolha de cor, mobiliário, enquadramento. Gostei muito mesmo.
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