Tuos: Críticas

Assisti ao filme na 41ºMostra Internacional de Cinema de SP. É rara a oportunidade de assistir um filme das Filipinas, ainda mais um com roteiro que trate de tradições e costumes das comunidades rurais mais recônditas. Esta é a história deste filme, em uma pequena aldeia no alto das montanhas, afirma a tradição que em tempos remotos os espíritos da floresta fizeram um pacto com a comunidade que era sustentado pela existência de uma mulher que entre os membros da aldeia seria escolhida, ainda em tenra idade, para permanecer virgem e viver solitária como a mulher mais justa da aldeia. Nesta posição a mulher goza de certos privilégios na Vila, porém se responsabiliza por uma série de tarefas e rituais e, sob nenhuma hipótese pode ser tocada, ou mesmo ter suas coisas tocadas por alguém que não seja de seu séquito próximo e nunca pode se afastar da aldeia. No filme, a personagem já está idosa e escolhe uma mocinha para sucedê-la, no entanto, esta resiste à tradição e, mesmo não desejando ofender a comunidade, deixa claro não estar disposta a aceitar o encargo. Esta resistência leva a idosa a repensar sua própria vida e confrontar seus medos para enfim conseguir a sua própria liberdade. O filme é extremamente envolvente. A história é apresentada seguindo uma estratégia do Diretor, muito bem-sucedida, de migrar do plano do filme para um misto de animação e filme quando as cenas fossem relativas à lenda. Desta forma, vai ficando claro para o espectador a forma com que a tradição e o folclore se misturam à realidade daquela comunidade e, o quanto a fantasia pode ser real para alguns e condicionar as suas vidas. É muito bom o filme!