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    Matar Jesus
    Média
    2,7
    10 notas
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    valmyr b
    valmyr b

    38 seguidores 237 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 16 de fevereiro de 2021
    E eis que o filme até inicia bem, com boa proposta e grande potencial; e após mais de uma hora de rame-rame, acaba e fica a pergunta: cadê o filme? De viés claramente sociológico, a obra claramente apela para clichês do gênero, com locações e ambientação urbana, em uma Medelin caótica e oprimida pelo crime e por autoridades corruptas. Duas estrêlas!
    Marcia Santana
    Marcia Santana

    1 seguidor 43 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 21 de março de 2024
    Que isso??
    Filme horroroso, parece que foi gravado no quintal de alguém com um celular Nokia 2015. imagens péssimas, filme com diálogo péssimo, e no final, Ah o final não acontece nada. Queria desver! 🫠
    Daniel Baptista
    Daniel Baptista

    1 crítica Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 5 de abril de 2020
    A banalidade da violência em um filme nada banal
    Em 1988, Medelin foi citada pela revista “Time” como “a cidade mais perigosa do mundo”. Porém após os anos 2000 as coisas começaram a mudar por lá, quando uma parceria entre a Empresa de Serviços Públicos de Medellín (EPM) e a cidade gerou oportunidades econômicas em bairros marginalizados e atraiu atenção e investimento internacional. É nesse cenário que a diretora colombiana Laura Mora Ortega constrói a narrativa de seu primeiro longa-metragem “Matar Jesus” (Colômbia, 2017). Porém o que vemos na tela nos remete à Medelin dos anos 80 e 90, uma cidade violenta, suja e miserável. Com a experiência adquirida na direção de alguns episódios da série “Pablo Escobar: o senhor do tráfico”, Ortega conta a história de uma jovem estudante universitária de fotografia, Paula conhecida como Lita (muito bem interpretada por Natasha Jalamillo, também estreante em longa-metragens) que testemunha o brutal assassinato de seu pai, um professor de ciências sociais de uma universidade pública de Medelin, sem nenhum motivo aparente. Ao recorrer à polícia, Lita percebe que não obterá nenhuma ajuda do sistema para esclarecer o caso, mesmo ela tendo visto o assassino e descrito para os investigadores. Alguns meses depois, por acaso, Lita encontra o assassino (Jesús, interpretado por Giovanny Rodríguez) em uma boate. Ela se aproxima de Jesus com a intensão de vingar a morte de seu pai. Apesar dessa premissa parecer com a de tantos outros filmes sobre vingança, a diretora consegue neste excelente filme, criar metáforas, discutir ideias e suscitar sentimentos com muito mais profundidade que a maioria deles.
    O primeiro ponto a observarmos é o trabalho de câmera e de fotografia no qual a violência que permeia a Medelin retratada por Ortega nos é transmitida não só pelas cores desbotadas e cenário de extrema miséria em que a trama se desenrola, mas também pelo uso da câmera na mão, que acompanha Lita quase sempre muito de perto, em planos fechados, mas sem firmeza, meio trêmula, insegura, ou melhor, desconfiada (não se sabe de onde vem o próximo tiro, a próxima agressão). Essa “desconfiança” das imagens nos remete fatalmente à insegurança da cidade naquele momento (vale notar que mais adiante, conforme Lita vai se aproximando de Jesus no decorrer do filme e, num determinado momento, circula na cidade em sua moto, a câmera se torna mais firme, mais segura). A cena do assassinato do pai de Lita utiliza esse recurso de fotografia de forma brilhante, no qual vemos o plano fechado em Lita chegando em casa no carro dirigido por ele que, ao descer do carro para abrir a garagem é alvejado e morto por Jesús, mas toda essa ação se passa fora do quadro que permanece fechado na protagonista. Com isso a diretora propõe a tônica estética que rege o filme, que é a de não tornar a violência um espetáculo, mas se concentrar nas consequências desta violência nas pessoas que são vítimas dela. A violência está lá o tempo todo, transborda da tela, mas raramente é mostrada.
    Após o assassinato, Lita e seu irmão recorrem à polícia e neste ponto entram em contato com a dura realidade de um sistema policial desinteressado, corrupto e sobrecarregado, do qual ela não pode esperar nada. Alguns meses se passam e estamos em dezembro. As decorações de natal começam a ser expostas, o clima de festividade começa a se intensificar. Clima esse que é acentuado durante toda a projeção, seja pela aproximação do natal, como dissemos, seja pela comemoração da vitória de seu time de futebol (toda a ação do filme se passa enquanto há a expectativa de uma partida entre dois grandes times colombianos) seja pelas manifestações espontâneas das pessoas no seu dia-a-dia. Esse enfoque cria um contraste interessante entre a violência, a insegurança, a miséria e a natureza festiva do povo colombiano (latino, mundial), podendo até mesmo sublinhar a necessidade constante de uma válvula de escape para condições de vida tão duras. Esse contraste se torna ainda mais evidente quando Jesus leva Lita para o mirante de onde se tem uma vista espetacular da cidade. A contraposição entre a calma e a beleza do mirante (onde Jesus costuma ir quando quer refletir ou fugir de seus problemas) e a agitação e violência da cidade pontua essa construção de antíteses muito bem conduzida por Ortega. Mas o fato da ação se passar em dezembro e ocorrer concomitante às preparações das festas de natal não ocorre à toa. Cria-se com isso a possibilidade de comparação inevitável entre os dois Jesus em questão. E é justamente num destes momentos de escape, quando Lita e seus amigos estão circulando pela noite de Medelin em festa, de bar em bar, de boate em boate, que ela encontra aleatoriamente o algoz de seu pai em uma destas boates. Ao encontra-lo, novamente a fotografia do filme faz seu papel de forma competente, quase sem diálogos, apenas com planos fechados em seu rosto se contrapondo com a figura do assassino de seu pai e pontuados pela iluminação do interior da boate, a diretora cria a atmosfera que nos coloca em contato com a explosão de sentimentos que eclodiram nesta jovem que sabe que não pode esperar nada da polícia, do Estado e, se quiser justiça, precisa agir por conta própria. A partir daí ela friamente cria um plano para se aproximar de Jesus, esperando fazer justiça no momento oportuno. O fato desse tipo de conduta não ter nada a ver com a personalidade tampouco com a formação e o comportamento padrão da estudante acentua o clima de tensão que permeia o filme.
    Outro grande mérito do filme é o de não tipificar ou fazer uma abordagem rasa do personagem Jesus evitando cair numa abordagem maniqueísta empobrecedora. Pelo contrário, vemos um personagem complexo que carrega suas contradições, atencioso e sensível em alguns momentos (percebemos isso em diversas dinâmicas de seu contato com Lita e com a sua mãe), machista, egoísta, imaturo e insensível em outros tantos, bastante protetor (Jesus sabendo que seu estilo de vida poderia trazer problemas para sua mãe decide se afastar dela indo morar em outra casa, mas sempre presente ajudando-a, inclusive financeiramente) mas por vezes perigoso, violento, superficial e desorientado. Essa abordagem nos deixa com a certeza que estamos diante de alguém que cometeu um crime terrível, mas que não é inteiramente mau.
    Neste ponto, cai como uma luva citar o trabalho da filósofa alemã de origem judaica Hanna Arendt. Quando submeteu seu relatório para o “The new Yorker” em 1961, sobre o julgamento de Adolf Eichmann por crimes de guerra (Eichmann era o oficial alemão que gerenciava a logística das deportações em massa dos judeus para os campos de extermínio durante a segunda guerra mundial), Arendt se deparou com uma pergunta intrigante e provocadora: “Pode alguém praticar o mal sem ser mal em sua essência?”. Em resumo, Arendt concluiu que Eichmann não era pervertido ou sádico, mas um sujeito “terrivelmente normal”. Ele não fez o que fez por um desvio de moralidade mas simplesmente pelo fato de apresentar um distanciamento da realidade de seus atos malignos. Eichmann “nunca percebeu o que estava fazendo” por causa de uma “incapacidade de pensar do ponto de vista de outra pessoa”. Na falta dessa capacidade cognitiva particular, ele “cometeu [crimes] em circunstâncias que tornaram quase impossível para ele saber ou sentir que estava errado.” Arendt chamou essas características coletivas de Eichmann de “a banalidade do mal”: ele não era intrinsecamente mau, mas simplesmente superficial e desorientado.
    Lita também compreende essa dimensão complexa de Jesus e, gradativamente desenvolve sentimentos contraditórios por ele. Esse movimento culmina numa cena muito poética na qual ambos saem às ruas que já estão tomadas de gente comemorando a vitória do time do clássico já citado, Lita e Jesus comemoram (o time de Jesus é o vencedor), bebem, dançam, neste ponto o casal é apresentado dançando como se as ruas estivessem desertas, como se só houvessem os dois no mundo, remetendo a uma possível relação de empatia e cumplicidade que está se formando. Um dos poucos momentos poéticos do longa. Logo depois as ruas já estão cheias de novo.... a razão é retomada, Lita precisa prosseguir com seu plano.
    spoiler: Na primeira vez de Jesus leva Lita para o mirante, ao ser indagado por ela sobre o que ele faz para sobreviver, responde que não tem uma ocupação fixa, que faz o que mandam sem fazer muitas perguntas. No desfecho do filme, quando confrontado por Lita sobre o motivo que levou a matar seu pai, ele reafirma que só fez o que lhe mandaram, sem pensar, sem questionar. Afirma também que ela nunca saberá quem realmente ordenou o crime e nem o motivo, pois ele também não sabe. Foi só um trabalho. A violência banalizada, como diria Arendt. Lita neste momento toma consciência dessa dinâmica perversa e polpa Jesus. Faço um paralelo com o excelente filme “Abril despedaçado” (2001) de Walter Salles onde somos apresentados, em linhas gerais, a um ciclo de vingança no qual o protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) questiona a lógica de toda aquela violência fundamentada numa tradição já sem sentido e, finalmente, com uma boa dose de coragem, rompe este ciclo.

    Por toda essa competência formal e complexidade referencias e profundidade na abordagem dos temas que Ortega trabalha de forma bastante habilidosa, “Matar Jesus” torna-se um filme nada banal e que vale a pena ser conferido com muita atenção.
    Felix Juh
    Felix Juh

    1 crítica Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 21 de abril de 2020
    Gostei muito do contexto histórico. Teve momentos de apreensão e surpresas pelo misto de sentimentos que a narrativa traz.
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