Não sou cinéfila, nem tenho chaves de leitura da 7ª arte, mas minhas impressões são de um filme sensível, que apresenta o encontro inter-geracional como na realidade ele é, inicialmente, um encontro sem querer, por necessidade de ambas as partes, mas que, quando sabem aproveitar, rende bons resultados para os dois lados, como o despertar para novas realidades, o reconhecimento, a identificação, a validação, o afeto, a realização do que se quer. Trata-se do encontro de um "nem, nem" (nem trabalha, nem estuda) com um escritor, um poeta, ex-combatente da 2ª Guerra M. O "nem, nem" aprende a superar sua postura machista e o ancião aprende a confiar, a aceitar, a arriscar pra realizar o que quer. Bad boys podem aprender a ser bons garotos. Um brinco na orelha direita e um cabelo de samurai podem animar a plateia, assim como os arroubos de um romance escondido, entre uma mulher madura e um rapaz. Mas o Amor platônico que se contenta com o olhar também está lá, para mim como um fato triste, mas para quem o sustenta talvez não. Sobre esse ponto defendo a concretude do calor, da textura, da relativa perda de juízo antes de partir desta vida. Foi o que aconteceu em certa medida com um dos personagens. Vale o tempo, vale a emoção, vale a reflexão. Ah! Como os italianos falam muito rápido e o filme tem muito texto em alguns momentos, é preciso estar atento (a). Um café ou uma maçã fazem bem pra manter o foco.