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Enviada em 27 de dezembro de 2024
Rabid (2019) traz uma proposta ousada, com uma protagonista feminina em meio ao caos de um surto viral, e isso, por si só, já é um ponto positivo. A história segue Rose, uma jovem que, após um acidente terrível, passa por uma transformação física radical que a coloca em uma jornada de sobrevivência, enquanto luta contra os efeitos de uma doença contagiosa. A reinterpretação do clássico de 1977, dirigido por David Paul Cronenberg, não é perfeita, mas traz algo valioso: a presença de uma protagonista forte, que se destaca em um gênero dominado por figuras masculinas.

A atriz Laura Vandervoort faz um bom trabalho ao dar vida à Rose, que enfrenta uma situação de horror e angústia com uma mistura de fragilidade e força. Mesmo com os elementos típicos de um filme de terror, como a violência explícita e a tensão constante, a trama se beneficia da forma como coloca uma mulher no centro da ação. Isso é importante, especialmente em um gênero onde as mulheres muitas vezes são tratadas como meros acessórios ou vítimas. Aqui, Rose é a chave para a narrativa, e isso ressignifica o papel feminino no terror de forma positiva, sem cair em clichês de vilania ou fragilidade excessiva.

No entanto, o filme acaba sendo um pouco previsível e peca em alguns momentos pela falta de desenvolvimento dos personagens secundários, o que poderia ter aprofundado mais a conexão emocional com o público. A direção de Jen Soska e Sylvia Soska tem um tom visual interessante, mas o ritmo nem sempre é coeso, o que prejudica a imersão na história. A trama também tem uma pegada mais ‘exploitation’, o que pode dividir opiniões, mas essa escolha pode agradar quem gosta de um terror mais cru e visceral.

Rabid pode não ser um dos grandes filmes do gênero, mas sua contribuição ao empoderamento feminino no terror é notável. O filme faz questão de destacar uma mulher não só como vítima, mas como a protagonista de sua própria história de sobrevivência. E, nesse sentido, é um passo importante para que mais mulheres ganhem espaço no centro das narrativas de terror, algo que deveria ser mais comum.
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