Tenured: Críticas

Está claro, desde a primeira cena de Tenured, filme co-escrito e dirigido por Chris Modoono, que a sua personagem principal, o professor Ethan Collins (Gil Zabarsky, também co-autor do roteiro do longa), não está bem. Ele passa por um momento delicado na sua vida pessoal e profissional, na medida em que acaba de se separar da esposa (Emily Wilson) e está prestes a ser demitido pela diretora (Kate Flannery) do colégio no qual trabalha.

Na medida em que a trama de Tenured avança, chegamos à conclusão de que, na realidade, Ethan está passando por uma grande depressão, na qual o ponto principal é o senso que ele tem de não pertencer a nada daquilo que ele vivencia e faz todos os dias. A verdade é que Ethan é uma daquelas pessoas que deixou todos os seus planos de lado (a vontade de ser escritor, principalmente) a partir do momento em que se acomodou em uma carreira acadêmica.

Como professor, Ethan não tem muito jeito para a coisa. Mas é admirável ver a maneira como ele encara seus jovens alunos. Ethan acredita que os conhecimentos básicos do currículo escolar não irão acrescentar em nada aos seus alunos, então ele mesmo que dita o ritmo de suas aulas e passa para os estudantes aquilo que ele acredita ser importante, utilizando os seus pequenos como ouvintes, na maioria das vezes, para os seus problemas.

Por isso mesmo, chama a atenção em Tenured o tom irônico adotado pelo roteiro escrito por Chris Modoono e Gil Zabarsky. Estamos diante uma dark comedy em que as situações adversas vividas por Ethan acabam sendo o ponto principal para os acontecimentos que vemos serem desenrolados em tela – principalmente a peça de teatro infantil anual dos alunos, que acaba sendo de responsabilidade de Ethan, e na qual ele vai tentar exorcizar todos os seus fantasmas.