O Clube: Críticas

Um drama com tema espinhoso que relata de forma aberta e sem meias palavras os desvios de conduta dos padres católicos no Chile, suas punições ou penitências e como a Igreja lida com a situação. Os temas abordados são pesados e as consequências psicológicas para os padres e suas vítimas são devastadoras. É preciso assistir o filme com a mente aberta e tirar suas próprias conclusões do certo e do errado.

Forte, muito pesado, muito bom, pra quem tiver estômago para uma história seca, sem apelações ou descansos. As piores violências não são explícitas, aparecem no clima cotidiano.

É um filme com diálogos bem pesados, muito voltados para a pedofilia. É interessante o enfoque sobre as mazelas da igreja católica, e a forma como tentam abafar certas práticas. Vale uma conferida, mas a história é um pouco lenta, arrastada, por isso não classifico como muito bom.

Com um argumento e temática atuais, o filme tem uma permanente tensão. Com ótimos conflitos e boa dose de suspense o enredo vai "cativando" quem o assiste para entrar naquele universo de clausura e fortemente marcado por uma vizinhança presente e diametralmente silenciosa. Muito bem colocada no filme, esta vizinhança é a representante de uma sociedade impotente perante o poder da igreja católica e os erros de muitos padres. São muito bem inseridas as cenas de violência. Não são exploradas cenas de nudez e sexo, a despeito da temática. Esta escolha refinada do diretor em tratar a sexualidade através das falas dos personagens nos leva a construir o imagético à nossa maneira e consequentemente nossas conclusões. Com diálogos ricos, necessários silêncios e depoimentos a narrativa solidifica-se expressando os sentimentos de rancor e dúvida tão presentes e ausentes nas mentes daqueles padres. O filme se conduz para algumas revelações em momentos oportunos mas é muito meticuloso ao tratar do tema, não sendo reducionista e deixando pra quem o vê qualquer tipo de condenação. Uma ótima reflexão para tempos de transformações morais e intolerâncias religiosas. A ambientação chilena não particulariza nenhum fato. A universalidade do filme é bem colocada.

As tres estrelas foram atribuídas pela importância do tema do filme, que descortina deformidades de caráter de sacerdotes da igreja católica e do que é capaz a instituição para preservar sua imagem de praticante do bem; o rítmo do filme, no entanto, é demasiadamente lento e arrastado; um tanto chato. Não concordo com a crítica do "adoro cinema" e da imprensa especializada.