Grey Gardens: Críticas

Se os documentários realizados pelos Irmãos Maysles vinculados a concertos de rock ou personalidades da música (Monterey Pop, Don’t Look Back) assim como a um lado menos glamoroso da cultura norte-americana (Caixeiro-Viajante) se encontram mais fortemente próximos dos princípios do Cinema Direto, esse documentário que, ainda mais que Caixeiro-Viajante, apresenta um lado melancólico e oposto ao Sonho Americano – mãe e filha pertencentes a família de Jacqueline Bouvier Kennedy que vivem em condições de semi-miserabilidade em sua mansão em ruíndas – também compartilha o caráter observacional daqueles.

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Documentário dos irmãos Albert e David Maysles, onde os realizadores participam diretamente, sem isso prejudicar, ou mudar o rumo dos acontecimentos. Dirigido por Ellen Hovde e Muffie Meyer, em um retrato incrivelmente intimista, explora a relação de amor e ódio entre mãe e filha, presas à imagem que tinham no passado. Tornou-se rapidamente um clássico cult e estabeleceu “Little Edie” como um ícone da moda e rainha da filosofia. Edith Bouvier Beale, com quase 80 anos, e sua filha divorciada Little Edie são primas de Jackie Kennedy. Elas costumavam viver no luxo da alta sociedade, mas 24 anos mais tarde, em grande dificuldade financeira, as duas passam os dias inteiros, isoladas na mansão decadente Grey Gardens cercadas por lixo, ratos, muitos gatos e retratos da época de ouro. Degradante e, ao mesmo tempo, envolvente. Algumas vezes trágico-cômico, acima de tudo chocante e muito visceral.