Apneia: Críticas

Gosto de filmes brasileiros. Isso soa ingênuo, tradicional ou teimoso. Prefiro o último adjetivo. No caso de APNÉIA, fiquei surpreendido, esperava menos dele. Já ouvira a respeito de que a personagem principal é o NÃO SEI O QUE FAZER DA VIDA. E pode-se dizer que é. A juventude mundial da atualidade tem essas dúvidas, bem mais do que a juventude de tempos idos. Só se parece com o passado na descoberta de que o prazer, em todas as formas, vence o tédio, a desesperança, a carência, aquele vazio instransponível. Pena que o roteirista não conseguiu fazer mais pelas personagens e elas só nos mostraram, levemente, que existia recheio em cascas tão belas. Talvez o diretor pudesse ter ajudado. Talvez a tarefa pudesse ser melhor conduzida a quatro mãos. Sem querer comparar ( filmes não se comparam), gostei mais do ponto de vista de PARAÍSOS ARTIFICIAIS; naquele filme as personagens tinham um aprofundamento mais visível. Mas, em meio a tantos lançamentos nacionais bobocas, APNÉIA tem seu quê de autoral. E as atrizes estão muito bem, com destaque para MARISOL RIBEIRO, excelente atriz e lindíssima na desorientação de sua personagem. Consegue enternecer em certos momentos e isso já é uma vantagem e tanto numa safra de filmes que parecem programas televisivos rasteiros.

Esse filme foi um grande fundamento de reviver as baladas e conhecer pessoas um tempo na minha vida.