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    Mudando o Destino
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    3,5
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    Hika Figueiredo
    Hika Figueiredo

    1 crítica Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 23 de março de 2020
    Mas de onde você tiraram essa sinopse? Como vocês me escrevem que o irmão de Hera era egoísta e incapaz se ele MORRE NA PRIMEIRA CENA???? Como vocês colocam uma sinopse sem ver o filme???? Pelamordedeus...
    Vikingbyheart
    Vikingbyheart

    2 seguidores 20 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 11 de julho de 2016
    Filmes sobre dramas familiares já são comuns no cinema, mas a escolha do diretor e escritor islandês Ragnar Bragason (conhecido por Bjarnfreðarson - 2009) de colocar o heavy metal no primeiro plano foi uma inovação, fazendo com que Málmhaus (no original) ou Mundando o Destino (em português) se destaque em relação às demais narrativas semelhantes. A história mostra como a perda de um filho em um trágico acidente pode afetar a vida de uma família e também de toda uma pequena comunidade na área rural da Islândia. A protagonista da trama é Hera, interpretada por Þorbjörg Helga Þorgilsdóttir (conhecida por Djúpið - Sobrevivente - 2012), que testemunhou a morte do irmão mais velho por um trator quando tinha apenas 12 anos, em 1983. Traumatizada, descrente da vida e com a sua fé completamente abalada, ela decide buscar conforto no heavy metal, estilo musical que seu irmão tanto adorava.

    Após essa introdução inicial, Bragason nos transporta para o início dos anos 90, abordando a personagem principal já em idade adulta. Com aparência soturna e melancólica, sempre usando uma jaqueta de couro e roupas pretas, Hera agora está completamente adepta ao modo de vida do black metal. Ela se isolou do mundo exterior e está desconectada da pequena comunidade em que vive. Seus únicos momentos de equilíbrio parecem ser ao lado de sua guitarra, com a qual se arrisca a compor suas próprias músicas, ou quando escuta suas fitas cassetes ou lê revistas especializadas em seu quarto.

    A presença de Hera é perturbadora para os seus pais. Sem conseguir se libertar emocionalmente e psicologicamente das memórias da tragédia, ela vive cometendo pequenos delitos em atos autodestrutivos e causando confusão na vizinhança. Seu modo de vestir e sua personalidade também são uma forma dolorosa de seus pais se lembrarem do filho morto. Isso se reflete na depressão de sua mãe, Droplaug, interpretada por Halldóra Geirharðsdóttir (conhecida por Englar alheimsins - 2000 e Hross í oss - 2013), e no sofrimento oculto de seu pai, Karl, representado por Ingvar Eggert Sigurðsson (atuou em Englar alheimsins - 2000, Mýrin - 2006, Hross í oss - 2013 e Everest - Evereste - 2015). Assim, cada um vivencia o luto e a dor à sua própria maneira, mas é evidente que aquele acidente comprometeu a harmonia da família.

    Com uma peculiar visão intimista dos movimentos heavy metal e black metal, Bragason realiza em Málmhaus uma produção com características bastante pessoais, imprimindo em todo o roteiro referências cuidadosamente citadas e associadas à trilha sonora. É através da música que o diretor expressa e expõe o estado psicológico e emocional da protagonista, desde seus sentimentos até seus conflitos internos. Fãs do gênero, além de reconhecer as canções, poderão se deleitar com Victim of Changes (Judas Priest), Heartless World (Teaze), Run For Your Life (Riot), Strange Wings (Savatage), Me Against the World (Lizzy Borden), Am I Evil? (Diamond Head), Symphony of Destruction (Megadeth), Í Helli Loka (Sólstafir) e Svarthamar (Pétur Ben & Þorbjörg Helga Þorgilsdóttir - Málmhaus).

    O simbolismo está presente em todo o longa-metragem. Seja nas roupas, nas músicas, na melancolia ou na obscuridade, no corpse paint (pintura facial em preto e branco), na morte, na religião, nos cenários, como a igreja ou o cemitério, no frio intenso do inverno, e até nos personagens noruegueses, numa referência a Øystein Aarseth (Euronymous) e Per Yngve Ohlin (Dead), membros fundadores da banda norueguesa de black metal Mayhem, terra que criou a subcultura do black metal norueguês. Alguns documentários abordam e retratam essa época, como Den Svarte Alvor - A Seriedade Negra (1994), Satan Rir Media - Satã Monta a Mídia (1998), Once Upon a Time in Norway - Era uma vez na Noruega (2007) e Until the Light Takes Us - Até que a Luz nos Leve (2008).

    O apego aos detalhes de época é outro ponto forte do filme, conferindo-lhe certa nostalgia dos anos 80 e 90. Temos a vitrola e os discos de vinil, as fitas cassetes e o walkman, os aparelhos eletrodomésticos, como o microondas, a TV de tubo e as fitas de vídeo VHS e os carros, todos retratando fielmente o período em questão. Os belos planos da Islândia e os momentos de humor negro suavizam o delicado tema abordado na narrativa, contrastando com a desolação interior da protagonista. A atuação de Þorbjörg Helga Þorgilsdóttir é um dos grandes destaques da narrativa, conferindo veracidade à história da personagem principal.

    Mundando o Destino é um filme que se apoia num tema universal, a música, para mostrar como as pessoas lidam com a dor, a perda e o sofrimento. A história mostra a busca por uma identidade e por si mesmo, numa tentativa de encontrar significado para a vida que vá além da música.
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